A Marinha vai avançar com processos disciplinares aos 13 militares que se recusaram a embarcar no NRP Mondego e remeteu à Polícia Judiciária Militar informação sobre o incidente.
"Por poder estar em causa eventual matéria criminal, a Marinha informou a Polícia Judiciária Militar de todos os factos ocorridos", afirma a Marinha em comunciado. Além disso, "os 13 militares que se encontravam no navio NRP Mondego, em missão na Zona Marítima da Madeira, e que no sábado, dia 11 de março, se recusaram a cumprir uma missão serão rendidos com a brevidade possível enquanto decorre o processo interno de âmbito disciplinar".
Entretanto, seguiu ontem, segunda-feira, para a Madeira "uma equipa para fazer uma avaliação mais profunda das condições do navio", confirma o comunicado.
Nos sábado passado, 13 militares recusaram-se a embarcar no NRP Mondego, alegando razões de segurança, o que levou a Marinha a não cumprir uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, na Madeira.
De acordo com um documento elaborado pelos 13 militares em questão, no sábado à noite o NRP Mondego recebeu ordem para “fazer o acompanhamento de um navio russo a norte do Porto Santo”, numa altura em que as previsões meteorológicas "apontavam para ondulação de 2,5 a 3 metros”.
Segundo estes 13 militares, o próprio comandante do NRP Mondego “assumiu, perante a guarnição, que não se sentia confortável em largar com as limitações técnicas” do navio.
Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais.
Esta ação levou a Marinha a considerar que os 13 operacionais “não cumpriram os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respetivos”.
“Estes factos ainda estão a ser apurados em detalhe, e a disciplina e consequências resultantes serão aplicadas em função disso”, referiu a Marinha, numa nota enviada à agência Lusa.
O ramo confirmou também que o NRP Mondego estava com “uma avaria num dos motores”, mas referiu que a missão que ia desempenhar era “de curta duração e próxima da costa, com boas condições meteo-oceanográficas”.
No que se refere às limitações técnicas, a Marinha referiu que os navios de guerra “podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança”, uma vez que têm “sistemas muito complexos e muito redundantes”.