A presidente do Parlamento Europeu Roberta Metsola não vai nomear o cunhado para chefe de gabinete.
De acordo com o jornal italiano Il Foglio, Matthew Tabone, assessor e chefe de gabinete pessoal de Metsola, iria ser nomeado para a liderança do gabinete da presidente do Parlamento Europeu, função pela qual iria auferir entre 15 a 20 mil euros mensais.
À publicação, fonte do gabinete de Metsola não negou a informação, e garantiu que a nomeação de Tabone estaria “em linha com o espírito e a letra da lei” e que “cabe à presidente nomear alguém em quem tem confiança”.
Esta sexta-feira, no entanto, o porta-voz de Roberta Metsola, Juri Laas, anunciou que a nova chefe de gabinete da presidente vai ser Leticia Zuleta de Reales Ansaldo, até agora vice-chefe.
Happy to announce that the next head of cabinet of EP President Roberta Metsola will be Leticia Zuleta de Reales Ansaldo. She will take up her duties as of 1 January 2023.
— Jüri Laas (@jurilaas) December 30, 2022
Este caso surge cerca de três semanas depois do escândalo Catargate ser revelado. Entre os detidos no processo que investiga um alegado lóbi ilegal para influenciar decisões do Parlamento Europeu a favor do Catar está Eva Kaili, que ocupava o cargo de vice-presidente da instituição até ter sido destituída a 13 de dezembro.
Em reação ao caso, na abertura da sessão plenária do dia 12 de dezembro em Estrasburgo, Metsola confessou a sua “fúria, raiva e tristeza” com as suspeitas e, três dias depois, assegurou que iria liderar um “processo de reforma forte” do Parlamento Europeu.
“Devo dizer que, embora possamos sempre procurar reforçar a dissuasão e a transparência, e eu vou liderar um forte processo de reforma, haverá sempre alguns para quem um saco de dinheiro vale sempre o risco. É essencial que estas pessoas compreendam que vão ser apanhadas. Que haverá consequências. Que os nossos serviços funcionarão e que enfrentarão toda a extensão da lei. Não vai haver impunidade”, garantiu.