Despesa do SNS com medicamentos teve a maior subida dos últimos nove anos em 2022 - TVI

Despesa do SNS com medicamentos teve a maior subida dos últimos nove anos em 2022

  • Agência Lusa
  • CF
  • 16 mar 2023, 13:41
Benzodiazepina (Pexels)

Encargos do SNS com medicamentos têm vindo a subir desde 2014, mas a maior subida verificou-se de 2021 para 2022

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A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos teve em 2022 a maior subida dos últimos nove anos, ultrapassando 1.567 milhões de euros (+9,6%), e a dos utentes subiu 7,4%, segundo o Infarmed.

O relatório da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde indica que no ano passado a despesa do SNS com medicamentos atingiu 1.567,6 milhões de euros, mais 137,3 milhões de euro que em 2021, enquanto os gastos dos utentes ultrapassaram 816 milhões de euros, mais 56 milhões de euros que em 2021.

Os encargos do SNS com medicamentos têm vindo a subir desde 2014, mas a maior subida verificou-se de 2021 para 2022 (+9,6%).

Em média, segundo os dados do Infarmed, a despesa dos utentes com medicamentos foi de 82,80 euros 'per capita'.

Os dados disponíveis no relatório de dezembro de 2022 dizem ainda que o medicamento com maior aumento de despesa foi o antidiabético Semaglutido (+19,8 milhões) e que a classe terapêutica com maior aumento de despesa foi precisamente a dos antidiabéticos (+20,5%).

O Semaglutido – indicado para a diabetes tipo 2 e comparticipado pelo SNS - tem estado envolvido em polémica, com relatos de faltas em farmácias, numa altura em que se noticiou que estava também a ser usado como medicamento para emagrecer.

Por causa das faltas reportadas pelos utentes, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia chegou a apelar para uma “prescrição médica muito controlada” do medicamento a pessoas não diabéticas.

As classes terapêuticas com maiores encargos em 2022 foram os antidiabéticos (mais de 378,5 milhões de euros) e os anticoagulantes, com mais de 184 milhões de euros (+7,8%). As maiores subidas na despesa foram registadas nos antidiabéticos (+20,5%) e nos medicamentos para reduzir o colesterol (antidislipidémicos), que subiram 16,2%, ultrapassando os 66 milhões de euros.

A quota de genéricos (em unidades) no total do mercado representou 49,3% (+0,6 pontos percentuais)

Globalmente, o documento do Infarmed dá conta de um crescimento homólogo de 7,4% na dispensa de medicamentos em ambulatório, com mais de 180 milhões de embalagens vendidas.

Na análise relação entre consultas no SNS e embalagens dispensadas, o Infarmed diz que de janeiro a dezembro de 2022 houve menos 1,4 milhões de consultas (-2,9%), mas mais 12,5 milhões de embalagens vendidas (+7,4%), num total de 180,3 milhões.

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