A greve nacional de três dias dos médicos do setor público, que esta quinta-feira termina, cancelou 192 mil consultas nos centros de saúde, 132 mil consultas nos hospitais e centenas de cirurgias, segundo o sindicato que convocou a paralisação.
Os números foram divulgados aos jornalistas pelo secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, na sede da estrutura, em Lisboa.
Em comunicado no site, o SIM destaca a "elevada adesão registada nos três dias de greve", estimando "uma percentagem média superior a 90%", tanto em cuidados hospitalares e os cuidados de saúde primários, "com largas dezenas de milhar de consultas e centenas de cirurgias não efetuadas".
A greve, que começou na segunda-feira, termina esta quinta-feira à meia-noite e coincide com uma outra, às horas extra dos médicos de família, com a duração de um mês, e que, segundo Roque da Cunha, afetou à data 25 mil consultas nos centros de saúde.
A paralisação, que se realiza num quadro mais vasto de greves convocadas em diferentes modalidades até setembro, visa reclamar melhores salários para os médicos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde.
Sindicato Independente dos Médicos mantém greves convocadas para agosto e setembro
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou hoje que mantém as greves regionais e dos médicos internos convocadas para agosto e setembro, acusando o Governo de ser "totalmente insensível" às reivindicações.
O anúncio foi feito aos jornalistas pelo secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, na sede do sindicato, em Lisboa.
Segundo Roque da Cunha, que falava no último dos três dias da greve nacional dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) convocada pelo sindicato, disse que a proposta de aumento salarial de 1,6% enviada esta madrugada pelo Governo aos sindicatos "não faz qualquer sentido", traduzindo-se em aumentos líquidos de 30 a 40 euros, e até inferiores para os médicos internos.
Por outro lado, de acordo com o SIM, a proposta de novo regime de dedicação plena ao SNS implica "condições altamente penosas" para os médicos, como a realização de 300 horas de trabalho extraordinário.
"Não vemos grande possibilidade de chegar a acordo", afirmou o dirigente sindical, acusando o Governo de ser "totalmente insensível".
Governo e sindicatos voltam a sentar-se à mesa das negociações na sexta-feira.
"Está nas mãos do Governo evitar as greves", sublinhou Roque da Cunha, apelando à tutela "para que haja uma negociação séria", na qual o SIM promete contrapor a proposta do Governo.
O SIM reclama, entre outras matérias, uma "grelha salarial condigna".
As negociações, cujas reuniões entre as partes deviam ter terminado em junho, foram iniciadas em 2022.