A megaoperação que visa desmantelar uma associação criminosa que a partir da capital portuguesa é responsável pela livre circulação na Europa de dezenas ou centenas de milhares de migrantes em situação ilegal já se estende a França, onde estão a decorrer várias operações no âmbito do mesmo processo, esta segunda-feira.
A rede ilegal fomenta a entrada de centenas de milhares de requerimentos feitos online e pedidos de entrevistas para migrantes que solicitam autorização de residência com base em supostos contratos de trabalho.
Deixam, assim, os serviços do SEF em pré-rutura, sem capacidade de dar vazão à chamada dos candidatos. E com isso permitem que milhares de migrantes recrutados pela rede, cada um a troco de milhares de euros, circulem livremente pela Europa com a premissa de estarem à espera de entrevistas das autoridades portuguesas. Tendo em conta o número de pedidos pendentes no SEF, há suspeitas sobre 300 mil casos.
A associação criminosa, a partir de bairros como o Martim Moniz, montou uma lucrativa operação explorando de forma fraudulenta uma lei nacional de 2017, única no espaço Schengen e que põe assim em risco toda a União Europeia - nomeadamente face ao fenómeno do terrorismo.
Das buscas resultaram cerca de uma dezena de detenções, sobretudo na grande Lisboa, apuraram a TVI e a CNN Portugal, pelos crimes de auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.
A operação acompanhada pelas autoridades estrangeiras e que terá mais de uma centena de inspetores da PJ empenhados, tal como elementos do SEF e da ASAE.
As suspeitas visam mais de uma dezena de suspeitos, a maioria com origem em países do sudeste asiático, da Índia ao Paquistão, que decidiram montar um esquema na perversão do sentido da plataforma SAPA – o Sistema Automático de Pré-Agendamento do SEF.