Miguel Bravo, o cantor que ficou conhecido pela participação no programa Got Talent, preparava-se para subir a palco nas festas de Porto Alto, no sábado, quando foi surpreendido pela Polícia Judiciária. Em causa estão suspeitas de crimes sexuais contra menores - o cantor, de 21 anos, é suspeito de três crimes de abusos sexual de crianças e de três crimes de pornografia de menores agravados.
Em comunicado, a Polícia Judiciária diz que a vítima, do sexo feminino, tem 13 anos e terá sido instigada e persuadida, desde dezembro do ano passado, a troca de fotografias e vídeos de cariz sexual. Em entrevista à TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), a mãe da menor revela que o cantor começou a pedir "vídeos pornográficos" e que "começou a dizer que, se ela não fizesse os vídeos pornográficos, ia expor fotos que tinha dela aos amigos, aos colegas".
"Tive conhecimento no telefone da minha filha porque ela quis que eu fosse meter uma palavra-passe e ela, como já se sentia tão deprimida e tão ameaçada, deu-me o telefone. Passadas umas horas começa o Miguel Bravo a fazer uma chamada à minha filha. No Instagram começou a dizer para ela ir para o WhatsApp, mandou-lhe o número de telefone, e a partir daí ele começou a pedir-lhe vídeos pornográficos", afirmou
A investigação durava há vários meses e a vítima é conhecida do cantor, tendo a queixa sido apresentada à Polícia Judiciária pela mãe da criança - que, na mesma entrevista à TVI, revela que o artista ofereceu dinheiro à vítima e chegou mesmo a chantageá-la.
"Ele escreve e diz assim 'vá, faz lá, eu estou com vontade, está a apetecer-me e dou-te 20 euros, podes vir aqui à Azaruja buscar os 20 euros. Eu dou-te os 20 euros'. E ia pedir e ia dizer que estava a precisar de um vídeo da menina e que queria um vídeo da menina feito."
O público ficou a saber da detenção através de uma publicação da comissão de festas de Porto Alto no Facebook, local onde tinha um dos concertos da noite agendados. Isto porque, além das suspeitas de abusos sexuais, Miguel Bravo tem estado envolvido em várias polémicas nos últimos meses, tendo sido acusado de marcar vários concertos em simultâneo e de não comparecer a muitos dos espetáculos - e não devolvia o valor de sinal pago pelas organizações dos eventos.
No sábado, Miguel Bravo tinha três concertos marcados praticamente para a mesma hora, em Porto Alto, onde foi detido, mas também em Óbidos e Viana do Castelo.