Após ter sido atacado por ativistas da Greve Climática Estudantil com tinta durante a CNN Portugal Summit dedicada à energia verde, o ministro do Ambiente e da Ação Climática reagiu ao momento, sublinhando que “a intolerância nem faz as outras pessoas estar mais despertas para outros argumentos, nem serve para intimidar quem exerce funções públicas”.
"A intolerância não é caminho para lado nenhum, devemos rejeitar a intolerância, essa é a posição de princípio que o Governo deve ter", afirmou Duarte Cordeiro, sublinhando também que "é preciso saber distinguir um manifestante que adota este tipo de argumento" de outros “jovens que estão preocupados com o seu futuro” e reitera ainda “um enorme respeito por toda essa geração de manifestantes".
"Consigo distinguir plenamente essa geração de outros que também estão preocupados com o seu futuro mas adotam comportamentos que devemos rejeitar”, reiterou.
Perante aplausos da plateia, o ministro ainda brincou com a situação: “Pelo menos acertaram na cor, verde, que é uma cor que eu aprecio.”
Mais à frente na sua intervenção sobre as "metas e políticas públicas para a transição energética", Duarte Cordeiro voltou a abordar o tema, garantindo que não se queixa de quem vai para a rua protestar contra a falta de eficácia no combate às alterações climáticas, mas sim de "determinadas formas intolerantes" de protesto que "têm como objetivo calar os outros".
"Quem faz isso contribuiu para que esta causa perca apoio social, acho que estas formas de manifestação não resultam, não têm o impacto de que quem as faz espera que elas tenham", apontou o ministro do Ambiente e da Ação Climática durante o evento.
Já após o ataque, o coletivo Greve Climática Estudantil assumiu a responsabilidade pelo sucedido, destacando que esta ação "vem no seguimento do bloqueio do conselho de ministros, em que os estudantes declararam que não há paz até ao último inverno de gás, prometendo não dar paz ao governo até que se comprometa a que este inverno seja o último em que é usado gás metano para produzir eletricidade". Isto, destaca ainda o comunicado enviado às redações, "para atingir eletricidade 100% renovável e acessível até 2025 e o fim aos combustíveis fósseis até 2030".