42% dos portugueses consideram improvável que o próximo automóvel a adquirir seja elétrico, indica um estudo do Automóvel Club de Portugal, divulgado esta quarta-feira. Os principais argumentos que estão a travar a compra de veículos elétricos são o preço, a baixa autonomia e a dificuldade no carregamento.
Ainda assim, 55% dos inquiridos consideram provável a compra de um elétrico, valorizando que este seja menos poluente e mais económico. O estudo inquiriu um total de 1.070 pessoas, das quais 2,2% possuem carro elétrico.
Olhando aos principais entraves à compra de elétricos, o ACP conclui que, em relação à autonomia, para 34% dos inquiridos os carros elétricos têm uma autonomia entre 201 e 400 quilómetros (km). No entanto, para se sentirem confortáveis, 52% considera que a autonomia deveria ser superior a 401 km.
No que toca aos preços, a maioria aponta o intervalo mais baixo considerado no estudo (entre os 20 mil e os 30 mil euros) como o valor a partir do qual lhes parece possível comprar um carro novo. E é no mesmo intervalo de valores que a maioria considera que a probabilidade de compra é maior.
Quase metade (49%) estima que uma bateria elétrica tenha uma duração inferior a 9 anos. No entanto, pesando os custos, 40% considera que os carros a combustão exigem mais manutenção que os elétricos. A maioria (59%) assume que atualmente é mais barato circular com um veículo elétrico do que com um movido a combustão.
No que diz respeito ao carregamento, 43% dos inquiridos assume dificuldade em encontrar locais para carregar automóveis elétricos na zona onde mora ou nos trajetos habituais.
Ao mesmo tempo, dois em cada cinco afirmam que é difícil carregar automóveis elétricos em casa, embora esta seja a solução mais frequente. Seguem-se os postos públicos e, por último, em postos no local de trabalho. Encontrar um posto de carregamento livre e em funcionamento é referida como sendo a principal dificuldade no carregamento em locais públicos – 30% considera esta busca “uma tarefa difícil”, em especial nas pequenas cidades, vilas e áreas rurais. O Alentejo é eleito como a zona mais difícil para encontrar postos de carregamento. No entanto, em oposição, 20% dos inquiridos afirmam nunca terem sentido dificuldades.
A EDP e a Galp Eletric são as marcas de postos de carregamentos mais utilizadas. Por outro lado, cerca de 2 em cada cinco utilizadores de carros elétricos não tem contrato com um operador em particular.
Já entre aqueles que conseguem carregar o carro em casa, a maioria (54%) estima que gasta até sete euros por carregamento ou 50 euros por mês.
No processo de decisão sobre o sítio escolhido para carregar, a primeira preocupação é encontrar o preço mais baixo (75%), seguida da localização (67,3%). As aplicações móveis são indicadas por 33% dos condutores como auxiliando a escolha do local de carregamento.
Fora os argumentos já referidos como dissuasores da compra de elétricos – “muito caro”, “pouca autonomia” e “poucos locais de carregamento” – os inquiridos também se queixam do “preço elevado das baterias”, da “falta de confiança”, da “demora nos carregamentos” e de estarem “pouco informados”.
Entre os argumentos a favor, além da menor poluição e do caráter mais económico, é referida como motivação a previsão de que “irão existir restrições aos outros [tipos de veículo]”, nomeadamente a combustão.