Continua a polémica que envolve a seleção feminina de hóquei em patins e o Benfica. Já depois de o clube ter criticado fortemente, em comunicado, a convocatória para o Mundial da modalidade, por falta de representatividade das suas atletas na lista, a capitã de equipa abordou o assunto, neste domingo.
Marlene Sousa assumiu não entender o facto de não ter sido convocada pelo selecionador nacional, Hélder Antunes. Recorde-se que o Benfica é campeão da primeira divisão há onze anos seguidos.
«Queria fechar esse assunto e dizer a quem me tem enviado mensagens que não abdiquei, nem renunciei, à seleção nacional. Sinto que estou no auge das minhas capacidades físicas, mentais e de maturidade. Como é óbvio, respeito todas as decisões ainda que não as consiga entender», disse, depois de a sua equipa ter vencido a 10.ª Taça de Portugal feminina consecutiva, ao bater na final o Tojal (3-2).
«É um orgulho e uma honra representar o meu país desde 2009 e ser capitã desde 2016. Joguei sempre com muito amor à camisola. Nos 25 anos que levo de carreira como hoquista, vivi sempre ao máximo esta minha paixão e dei sempre tudo pelo hóquei. Nunca saí da nossa Liga, porque penso que as melhores têm que cá estar,para dignificar a nossa Liga. Vou continuar na luta pelo hóquei em patins feminino», finalizou, no interior do Pavilhão do Grupo Desportivo de Sesimbra.
Já Fernando Tavares, vice-presidente do Benfica responsável pelas modalidades, criticou abertamente o selecionador Hélder Antunes. «Este não é o primeiro incidente que se passa com atletas do Benfica. Só posso sentir esta exclusão como uma perseguição às jogadoras do Benfica, ao Benfica e ao hóquei, porque em circunstância alguma se pode excluir as melhores jogadoras de uma seleção nacional», atirou.
«O Benfica é o clube que investe mais nesta modalidade, particularmente na vertente feminina, e tem toda a legitimidade para pedir explicações. O Benfica não quer ser beneficiado em nada, mas tem toda a legitimidade para pedir publicamente à Federação, ao diretor técnico nacional e ao selecionador uma explicação», afirmou Tavares, que mais tarde sugeriu a demissão do selecionador nacional.