O ciclista português João Almeida reconhece que a luta por um lugar no pódio no Tour, o primeiro que faz na carreira, é uma tarefa difícil, apontando que o grande objetivo é a vitória do esloveno Tadej Pogacar, seu colega de equipa na UAE Team Emirates.
«Estou um pouco longe do pódio, creio que vai ser muito difícil se tudo correr normalmente, mas tampouco é o nosso objetivo. O objetivo é ganhar o Tour com o Pogacar e defender estes dias até Nice. Se estiver bem e puder subir um lugar, perfeito, mas estou um pouco longe. As minhas sensações não são as melhores para lutar por um pódio», afirmou João Almeida, em entrevista ao jornal Marca, publicada esta terça-feira, dia de regresso da Volta à França, para a 16.ª etapa, após o último dia de descanso.
Questionado sobre a sua calma e resistência sem ceder na estrada, João Almeida apontou à sua «forma de ser» na competição. «Ou tens ou não a tens, é um pouco como a forma de ser. Sempre fui assim e é uma das coisas que me define. Afinal de contas é uma questão psicológica. Considero-me psicologicamente forte e creio que é uma das minhas vantagens», disse Almeida, vendo como «especial» o facto de estar a trabalhar para Pogacar.
«Para mim é bastante especial, porque é um dos ciclistas mais importantes da história e continuamos a fazê-la. Ser parte disso é especial. Tenho uma boa sensação quando faço esse trabalho. Lembra-se sempre de mim e isso é muito bom, estou contente», referiu.
Sobre se um dia poderá ganhar o Tour com Pogacar na equipa, João Almeida disse que «talvez» possa acontecer num ano em que o esloveno faça apenas o Giro e a Vuelta. Mas, mesmo assim, o português lembra que há Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel.
«Aspirar a ganhar o Tour com o Tadej na corrida é quase impossível. Há bastantes coisas que posso melhorar, mas acredito que estar ao nível que ele tem agora não se consegue de um dia para o outro. Talvez num ano em que ele faça o Giro e a Vuelta e eu vá ao Tour, mas ainda temos o Vingegaard e o Remco, que são bastante fortes. Não é simples», disse Almeida, que abordou ainda o episódio com o colega de equipa Juan Ayuso, na 4.ª etapa, quando fez um gesto para o espanhol se chegar à frente e ajudar na subida ao Galibier.
«É uma coisa normal. Estamos ali a trabalhar para o Tadej, é o objetivo. Tínhamos um plano e, no final, tivemos de fazer o plano de outra forma. Mas isso pode acontecer na corrida até ao fim. Estamos aqui a lutar e são coisas normal. No final, está tudo bem», referiu o ciclista luso, concluindo, sobre o assunto, que tudo é debatido no pós-etapa. «Fazemos sempre um briefing depois da corrida, para ver como é que tudo correu. O mais importante é comunicar, falar entre todos, falar das coisas», rematou.