É o adeus de um dos maiores e melhores de sempre. O tenista espanhol Rafael Nadal anunciou, na manhã desta quinta-feira, o fim da sua carreira profissional no ténis.
«Estou aqui para comunicar-vos que me retiro do ténis profissional. A realidade é que foram anos difíceis, os dois últimos especialmente. Creio que não fui capaz de jogar sem limitações. É uma decisão que é difícil, que levou tempo a tomar, mas na vida tudo tem um princípio e um fim e creio que é o momento adequado para pôr fim a uma carreira longa e com muito mais êxitos do que os que podia imaginar», começou por referir o maiorquino, numa mensagem em vídeo publicada nas suas contas oficiais, nas redes sociais.
«Mas fico muito entusiasmado que o meu último torneio seja a final da Taça Davis, a representar o meu país. É o fechar do círculo, já que uma das minhas primeiras grandes alegrias como tenista profissional foi a final da Taça Davis em Sevilha, em 2004», prosseguiu Nadal.
O agradecimento a Federer e a emoção ao falar da sua equipa
«Sinto-me um sortudo, por todas as coisas que vivi. Quero agradecer a toda a indústria do ténis, a todas as pessoas neste desporto, aos meus companheiros durante tantos anos, especialmente ao meu grande rival», referiu, com um sorriso, aludido ao suíço Roger Federer.
«Falar da minha equipa torna-se mais difícil, foi uma parte muito importante da minha vida. Estiveram ao meu lado em todos os momentos, nos bons, nos maus. Vivemos tanta coisa juntos que é difícil explicar», assinalou Nadal, sem esquecer a sua família, que é «tudo» para si, bem como à sua mulher. «Obrigado por tudo, foi a companheira perfeita durante todos estes anos de carreira», frisou, já algo emocionado.
«O meu tio é a razão pela qual comecei a jogar»
Nadal assinalou também a «relação incrível» com a sua irmã e com seu tio, Toni Nadal, seu antigo treinador. «É a razão pela qual comecei a jogar ténis, creio que graças a ele pude superar situações difíceis na minha carreira», disse, falando também do seu pai. «Para mim foi uma fonte de inspiração em todos os sentidos, um exemplo de esforço, de superação», notou.
O espanhol findou com um agradecimento especial aos adeptos.
Um currículo que fala por si
O antigo número um conquistou 92 títulos, 22 deles em torneios do Grand Slam, os quatro principais. Nadal é recordista em Roland Garros, onde somou 14 dos seus 22 títulos do Grand Slam (2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2022), além de quatro US Open (2010, 2013, 2017 e 2019), e duas vezes Wimbledon (2008, 2010) e duas vezes o Open da Austrália (2009, 2022).
O seu primeiro título ATP foi conquistado a 15 de agosto de 2004, numa final ante o argentino José Acasuso, em Sopot, na Polónia. A partir daí, foi sempre a somar, até ao seu último título, em 2022: o 14.º êxito em Roland Garros, ante o norueguês Casper Ruud.
A nível olímpico, sagrou-se campeão de singulares em 2008 e campeão em pares em 2016.
Com 92 títulos, Nadal é o quinto tenista com mais títulos na Era Open (que começou em 1968), só atrás de Jimmy Connors (109), Roger Federer (103), Novak Djokovic (99) e Ivan Lendl (94).
Quando se despede Nadal na Taça Davis
Convocado para a final a oito da Taça Davis, Nadal vai assim despedir-se profissionalmente como atleta no próximo mês de novembro, em Málaga, na prova que se joga dos dias 19 a 24.