É o fim de uma carreira de êxitos e de grande evolução para o ténis português. Do melhor de todos os tempos no país.
E, por fim, uma ovação de todo o público no Court Central do Estoril Open para João Sousa, que retribuiu com um sentido aceno para as bancadas. Arthur Fils venceu, mas sentiu o momento e não festejou efusivamente, dando o protagonismo ao português.
João Sousa (272.º do ranking ATP), foi eliminado na primeira ronda do quadro de singulares masculino da edição 2024 do Estoril Open – o seu último torneio da carreira - ao perder na tarde desta quarta-feira frente ao francês Arthur Fils (37.º), em dois sets.
No primeiro set, ninguém cedeu até ao 2-2 e Fils quebrou o jogo de serviço a João Sousa para fazer o 3-2, mas o português respondeu de imediato, fazendo o 3-3 no serviço do gaulês. O equilíbrio continuou, sendo que o jogo mais disputado foi quando João Sousa enfrentou uma longa sequência nas vantagens para fazer o 5-4 a seu favor. Logo a seguir, Fils assinou o único jogo de serviço em branco no primeiro set para fazer o 5-5 e desequilibrou a seu favor quando fez o 6-5 no serviço do luso, antes de fechar o parcial com 7-5 ao fim de uma hora.
No segundo set, que durou cerca de 50 minutos, a diferença foi feita quando Fils quebrou o serviço a João Sousa para fazer o 3-2, confirmando o break ao fazer de seguida o 4-2. João Sousa deu luta, mostrou a bravura que sempre mostrou ao longo da sua carreira, mas acabou por perder com um 6-4 no segundo set, ao primeiro match point de que Fils dispôs.
Ainda esta quarta-feira, João Sousa joga com o brasileiro João Fonseca em pares, frente ao brasileiro Marcelo Demoliner e o neerlandês Sem Verbeek.
O melhor tenista português de sempre no ranking mundial e único a conquistar títulos de singulares no circuito ATP completou 35 anos no sábado, mas os vários problemas físicos que enfrentou nos últimos anos precipitaram o final da carreira.
João Sousa tornou-se profissional em 2007 e, ao longo de 17 épocas no circuito mundial de ténis, conquistou quatro títulos ATP: Kuala Lumpur (2013), Valência (2015), Estoril Open (2018) e Pune (2022). Tem ainda vários recordes nacionais, entre eles a melhor classificação de sempre de um luso no ranking ATP (28.º), o maior número de internacionalizações na Taça Davis (32) e também o estatuto de único português a ter disputado os quadros de singulares de duas edições de Jogos Olímpicos (Rio2016 e Tóquio2020).
O antigo número um nacional e único tenista luso a conquistar o título de singulares do Estoril Open passou oito anos seguidos no top 100 mundial (até março de 2021), mas viu o seu sólido percurso perturbado por uma grave lesão no pé esquerdo no final de 2019.