Homem sofreu paragem cardíaca, médicos deram-no como morto, mas depois voltou a respirar. É "extraordinariamente raro" mas pode acontecer - TVI

Homem sofreu paragem cardíaca, médicos deram-no como morto, mas depois voltou a respirar. É "extraordinariamente raro" mas pode acontecer

  • CNN Portugal
  • 28 fev 2023, 19:27
Óbito (Foto: Isaaq Quesada)

Só este ano, três pessoas foram indevidamente declaradas como mortas nos Estados Unidos

É um cenário que ninguém gosta de imaginar. O mais recente caso deu-se esta segunda-feira, na Florida. Um homem de 65 anos sofreu uma paragem cardíaca, a equipa médica examinou-o e considerou-o morto, mas assim que a polícia chegou, recuperou a respiração. Afinal, era falso alarme.

É insólito, é raro, mas não é caso único. Só este ano, é o terceiro caso nos Estados Unidos.

Ainda neste mês de fevereiro, uma idosa de 82 anos acordou quando já se encontrava na agência funerária, horas depois de ser dada como morta. No início de janeiro, outra senhora de 66 anos foi socorrida, em Iowa, quando a equipa se apercebeu que a mulher estava a tentar sair de um saco para transportar corpos, em risco de sufocar.

Dr. Stephen Hughes, professor universitário de medicina na Universidade de Ruskin, no Reino Unido, afirmou ao Insider que esse tipo de incidentes são “extraordinariamente raros”. Em 20 anos de carreira, este especialista já os presenciou duas vezes nas urgências.

A primeira vez que se deparou com um caso desses foi o de uma mulher que sofria de epilepsia e que tinha sido encaminhada para o hospital depois de uma overdose de Phenobarbital, um medicamento que, segundo Hughes, abranda o sistema da pessoa que o tome.

A mulher foi questionada e não respondeu, não se conseguiu ouvir nenhum batimento cardíaco, não se sentiu o pulso dela nem se detetou nenhum sinal de respiração.

A morte foi declarada e o corpo levado para a morgue. No entanto, quando já lá estava, um assistente reparou que a perna começava a mexer-se e as veias estavam mais dilatadas do que seria suposto num estado de óbito.Decidiu analisar, acabando por confirmar que ainda existia pulso. Viva, a paciente foi então para os Cuidados Intensivos.

“Se me lembro bem, ela acabou por recuperar”, acrescenta o médico.

O segundo exemplo, marcou-o. Tratou-se de uma doente que já estava na sala de reanimação, sem dar grandes sinais vitais. Os médicos desistiram de insistir no processo e a utente foi dada como morta. Hughes, juntamente com os seus colegas, saíram da sala enquanto outro médico preenchia a papelada, quando, de repente, ela começou a respirar. No dia seguinte, não recuperou a consciência e morreu. O médico diz que se tivessem mantido a máquina ligada, o ritmo cardíaco poderia ter sido detetado. A paciente morreu por não ter sido devidamente examinada.

Hughes explica ainda que "a morte é um processo e não um evento", o que significa que atravessa fases. "Organismos diferentes desligam-se em etapas diferentes e, portanto, não é incomum ouvir-se barulhos dos intestinos após a hora da morte. Isso é o que pode causar confusão porque pode disfarçar sons cardíacos mais ténues", justificou.

Continue a ler esta notícia