Mundial 2026: Hungria-Portugal, 2-3 (crónica) - TVI

Mundial 2026: Hungria-Portugal, 2-3 (crónica)

Dois sustos para acabar a sorrir

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Não foi tão fácil como na Arménia, mas Portugal também venceu a Hungria, em Budapeste (3-2), e deu o segundo passe firme rumo ao Campeonato do Mundo do próximo ano. Desta vez, a equipa de Roberto Martínez impôs um controlo quase absoluto, mas teve de correr atrás do prejuízo, por duas vezes, para voltar a sorrir.

A verdade é que Portugal soma agora um máximo de seis pontos ao fim de dois jogos, talvez os mais complicados nesta fase de qualificação, uma vez que ficam apenas a faltar os dois jogos em casa, frente aos mesmos adversários, além dos dois jogos com a República da Irlanda.

Confira o FILME DO JOGO

Roberto Martínez começou por surpreender no onze inicial, não tanto pelos nomes, mas por contar apenas com um central de raiz, prescindindo de Gonçalo Inácio para adaptar Rúben Neves ao lado de Rúben Dias. Além disso, o selecionador também lançou Bernardo Silva para frente, para o lugar que, em Yerevan, pertenceu a João Félix. O próprio jogo encarregou-se de dar razão ao selecionador, com uma Hungria demasiado recuada para dois centrais e com Bernardo Silva, apesar de longe dos melhores tempos, a marcar e a fazer uma assistência.

Portugal assumiu, desde logo, as rédeas do jogo, com uma elevada posse de bola, passes certeiros e um ataque constante à profundidade. A Hungria, precavida com a goleada que a equipa de Martínez aplicou à Arménia, já tinha entrado em campo com uma constituição conservadora, mas a forma como os portugueses entraram no jogo obrigou mesmo os húngaros a recuar em toda a linha.

Um jogo de sentido único, com Portugal completamente instalado no meio-campo magiar, mas com demasiadas pernas no último terço. Ainda assim, Portugal ia improvisando espaços, com Vitinha e João Neves em constantes movimentações e Bruno Fernandes a picar várias vezes a bola para o interior da área.

No entanto, bastou uma pequena desatenção para a Hungria chegar ao golo, aos 21 minutos [outra vez o número de Diogo Jota], completamente contra a corrente do jogo. Foi numa transição rápida, comandada por Szoboszlai que, em velocidade, abriu na esquerda para Nagy ganhar o corredor e cruzar para a finalização fácil de Varga de cabeça.

Portugal tocou a reunir e aumentou, desde logo, a pressão sobre o adversário, multiplicando as oportunidades de golo junto à baliza do estreante Balázs Tóth. Cristiano Ronaldo teve uma oportunidade soberana para marcar, após assistência de João Neves e o próprio jogador do PSG também podia ter marcado, mas o guarda-redes do Blackburn Rovers estava definitivamente em noite inspirada e voltou a adiar o empate que acabou por chegar ao minuto 36.

Um lance que começa com um cruzamento prensado de João Neves da direita, Rúben Neves ganha a bola à entrada da área e esta sobra para Bernardo Silva atirar a contar. Houve desde logo dúvidas quanto à posição do jogador do City, pelo que as comemorações do golo foram comedidas, mas a verdade é que o golo foi mesmo validado.

Reviravolta e novo balde de água fria

Portugal voltou, depois, a entrar forte na segunda parte e, logo no primeiro canto que conquistou, foi assinalada uma grande penalidade, com Nego a desviar um remate de Ronaldo com a mão. Na conversão do castigo máximo, Ronaldo, como é habitual, fez história. Não só virou o resultado, como alcançou Carlos Ruiz, da Guatemala, como o jogador com mais golos em fases de qualificação para Mundiais, chegando aos 39 golos.

Um golo que também viria a impor um jogo novo. Agora Portugal já não precisava de pressionar tão alto, não precisava de jogar tão intenso, em resumo, era a vez da Hungria fazer pela vida. Portugal mantinha uma elevada posse de bola (acabou com 69 por cento), mas agora estendia-a a todo o campo, obrigando os húngaros a correr.

Foi nesta altura também que começaram as danças nos bancos, com as primeiras alterações promovidas pelos selecionadores, mas Portugal pareceu sempre mais perto de um terceiro golo do que a Hungria ameaçar o empate. João Cancelo teve uma boa oportunidade, Pedro neto também, quando, do nada, aos 86 minutos, a Hungria chegou ao empate. Nego cruza da direita, Lukácks desvia no primeiro poste e Varga bisa no jogo. Segundo remate da Hungria, segundo golo (Portugal fez 15 remates para marcar três).

Balde de água fria para Portugal que parecia ter o jogo completamente controlado e os minutos começavam a escassear. A verdade é que a bola foi ao centro e Portugal recuperou, desde logo, a vantagem. João Cancelo, incansável, recuperou uma bola, Vitinha abre para Bernardo e este, de primeira, devolve para o lateral atirar a contar com o pé esquerdo.

Portugal recuperava a vantagem para não a voltar a largar e acaba por alcançar o essencial em Budapeste: uma segunda vitória que, agora, permite a Portugal definir a qualificação para o Mundial nos jogos em casa. São já dois em outubro, primeiro com a Irlanda, depois novamente com a Hungria.

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