Mundial 2030: Amnistia Internacional alerta para «uso excessivo de força pela polícia» - TVI

Mundial 2030: Amnistia Internacional alerta para «uso excessivo de força pela polícia»

Está lançada a candidatura ao Mundial 2030

Organização não governamental aponta «lacunas importantes» na candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos, que se estendem às «normas laborais e risco de despejos forçados»

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A Amnistia Internacional (AI) alertou, esta sexta-feira, para «lacunas importantes» na candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos para o Mundial 2030 de futebol e para os «riscos decorrentes do uso excessivo da força pela polícia contra os adeptos».

«Existem riscos claros associados ao Mundial2030 que devem ser abordados por Marrocos, Portugal e Espanha, nomeadamente o uso excessivo de força pela polícia contra adeptos, a aplicação das normas laborais e o risco de despejos forçados», refere a AI, em comunicado, através do diretor de direitos laborais e desporto da AI, Steve Cockburn, que recomenda «planos muito mais específicos para garantir que o torneio cumpra as normas internacionais em matéria de direitos humanos, trabalhando em estreita colaboração com grupos de adeptos, jogadores, sindicatos e organizações da sociedade civil».

Cockburn vai mais longe e considera que a «atribuição» do Mundial 2030 a Portugal, Espanha e Marrocos «deve também ser utilizada como um catalisador na luta contra a discriminação racista, sexista e homofóbica que tem manchado com demasiada frequência o futebol nos três países» e que deve incluir «a eliminação da legislação discriminatória e o trabalho com os grupos afetados em estratégias para prevenir o assédio e promover a inclusão».

Embora os adeptos dos três países tenham sido «sujeitos ao uso excessivo da força por parte das forças de segurança, incluindo a utilização de balas de borracha contra multidões, não existem planos pormenorizados sobre a forma como essas violações serão evitadas», é salientado na mesma nota. A Amnistia Internacional Portugal questionou, sem resposta, quais as organizações de direitos humanos e os representantes dos adeptos envolvidos neste processo. Porém, nota a AI, as candidaturas «são omissas sobre entidades consultadas e apresentam lacunas importantes»

O Mundial 2030 vai ser disputado, pela primeira vez, em três continentes Além de Europa e África, também passará pela América do Sul, mais concretamente por Argentina, Paraguai e Uruguai, que irão acolher três partidas da fase final, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.

Os três estádios portugueses que irão acolher jogos do Mundial 2030 serão o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade (ambos em Lisboa) e o Estádio do Dragão, no Porto. O Estádio da Luz - o único dos três com capacidade mínima de 60 mil lugares - irá acolher uma das meias-finais da competição.

A oficialização da escolha de Portugal, Espanha e Marrocos como organizadores do Mundial 2030 será feita a 11 de dezembro, no congresso da FIFA.

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