A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares confirmou esta terça-feira que «não serão construídos mais estádios» para o Mundial2030.
«Não serão construídos mais estádios, o que significa que o papão da derrapagem [financeira] não se coloca. Há o Estádio da Luz, o Estádio de Alvalade e o Estádio do Dragão, que estarão ao serviço do Mundial2030 e vão receber mais de uma dezena de jogos», afirmou Ana Catarina Mendes, em audição na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na Assembleia da República.
A ministra com a tutela do Desporto lembrou que o torneio só vai realizar-se dentro de sete anos, o que inviabiliza a resposta sobre «todos os pormenores relacionados com o envolvimento do Estado português» no evento, como consta do pedido de audição urgente efetuado pela IL.
«Não sabemos a realidade daqui a sete anos. Sei uma coisa: quer o Estado português, quer a Federação Portuguesa de Futebol estarão envolvidos no melhor Mundial de sempre, na celebração do centenário», assinalou Ana Catarina Mendes, que esteve acompanhada do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.
A ministra assinalou que só terá dados mais detalhados após a apresentação da carta de intenções, cuja data limite é 31 de outubro, uma vez que a estimativa de custos efetuada inicialmente pela candidatura de Portugal e Espanha está desatualizada, devido à inclusão de Marrocos entre os países organizadores e à alteração do modelo competitivo.
«Será feito um novo estudo e cá estaremos para falar sobre esses custos», assegurou Ana Catarina Mendes, reforçando que «há coisas que devemos aprender com o passado e uma delas é que não devemos construir novos estádios», em referência ao Euro2004, organizado por Portugal.
A ministra com a pasta do Desporto considerou que é preciso «racionalizar os investimentos feitos ao longo dos anos», como o aproveitamento dos centros de treino e estágio existentes e deu garantias de segurança, mobilidade e saúde pública para a realização da competição.
«Sustentabilidade é a palavra de ordem na organização deste Mundial», sustentou Ana Catarina Mendes, tendo com base o «respeito pela contratação pública, total transparência no uso dos dinheiros públicos e garantia de prestação de contas».
O Campeonato do Mundo de futebol de 2030 vai ser organizado por Portugal, Espanha e Marrocos, anunciou em 4 de outubro a FIFA.
Portugal estreia-se em Mundiais, depois de ter recebido o Euro2004, a Espanha o Euro1964 e o Mundial1982, enquanto Marrocos acolheu a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988.
Esta vai ser a primeira vez que um Mundial será repartido por seis países. Uruguai, Argentina e Paraguai vão receber três jogos do Mundial, como forma de «celebrar o centenário» da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.