O FC Porto tem como objetivo mínimo chegar aos oitavos de final do Mundial de Clubes e, olhando para a valia dos adversários que vai defrontar no Grupo A, esse é um cenário perfeitamente alcançável.
Os dragões vão iniciar a prova a 15 de junho, diante do Palmeiras (23h00), defrontam o Inter Miami quatro dias depois (20h00) e, no dia 24, têm encontro marcado com o Al Ahly.
Venha daí perceber quem são, como jogam e os principais destaques dos adversários do FC Porto, com ajuda em gráfico do SofaScore.
PALMEIRAS
Primeiro adversário do FC Porto no Mundial de Clubes, o Palmeiras parte como candidato à conquista do Grupo A, assim como os dragões.
Apesar do desaire na final do Paulistão, o Palmeiras teve um bom arranque de temporada. No entanto, as derrotas recentes com os rivais diretos Flamengo e Cruzeiro fizeram cair a equipa de Abel Ferreira do primeiro para o quarto posto do Brasileirão. O desempenho na Libertadores, porém, foi excelente – o Palmeiras está nos oitavos de final, depois de seis vitórias em seis jogos na fase de grupos.
O Verdão chega com ritmo ao Mundial de Clubes. Desde o arranque da temporada no Brasil, em meados de janeiro, fez 35 jogos, com 23 vitórias, sete empates e cinco desaires. Com 58 golos marcados, tem uma média de 1.66 golos apontados por partida. Por outro lado, sofre, em média, menos de um golo por jogo (0.66).
Como joga o Palmeiras?
Solidez. É essa a palavra que melhor descreve a equipa de Abel Ferreira, que já está há cinco anos no Palmeiras. O tempo de trabalho permitiu ao treinador português dotar a equipa de uma grande maturidade tática. O Verdão destaca-se pela capacidade defensiva e é uma equipa forte na bola parada. Por vezes, faltam-lhe ideias no momento ofensivo.
Abel tem apresentado diferentes sistemas esta temporada. A equipa tanto pode jogar em 4-4-2, como se viu nos últimos jogos, como pode adotar uma linha de cinco na defesa. Neste caso, o lateral-direito Giay tem de fechar como central. Facundo Torres pode sair da esquerda e fazer de terceiro médio, com o lateral-esquerdo Piquerez a ganhar liberdade para atacar. Estêvão e o avançado ficam mais soltos para o contra-ataque (numa espécie de 5-3-2). Neste sistema, em organização ofensiva, Estêvão ocupa uma posição de 10.
O último mercado permitiu reforçar a equipa em alguns setores e rejuvenescer o plantel, que tinha alguns jogadores em fim de ciclo. O avançado Vitor Roque foi uma das principais contratações, mas ainda não justificou o investimento, tendo apenas três golos desde que chegou do Barcelona.
Também o atacante Paulinho ainda não conseguiu dar o seu contributo em pleno, devido a questões físicas. Por outro lado, Facundo Torres, extremo ex-Orlando City, é peça fundamental no onze.
Os jogadores a ter em conta
Já vendido ao Chelsea, Estêvão é a principal figura do Palmeiras. É forte no drible, mas também tem ótima visão de jogo e acerto no passe. Notabiliza-se ainda pela execução de remate, partindo maioritariamente da direita para o meio. Em 32 jogos, o atacante de 18 anos leva 11 golos e cinco assistências.
Importa ainda destacar o patrão da defesa Gustavo Gómez e Richard Ríos, motor do meio-campo, que já foi colocado na rota do FC Porto. Raphael Veiga, senhor das bolas paradas, a par de Estêvão, tem tido uma época de menor fulgor mas merece vigilância apertada.
Uma das grandes debilidades do Palmeiras é a falta de um matador – o avançado Flaco López leva dez golos, contudo, está longe de ser esse tipo de avançado.
Onze provável do Palmeiras
Weverton; Giay, Bruno Fuchs, Gustavo Gómez e Piquerez; Aníbal Moreno, Richard Ríos e Raphael Veiga; Estêvão, Facundo Torres e Vitor Roque.
INTER MIAMI
Um dos jogos que maior expectativa está a gerar nos adeptos portistas é o da segunda jornada, diante do Inter Miami, clube fundado em 2018 e que tem David Beckham como presidente.
A equipa de Lionel Messi conseguiu a presença no Mundial de Clubes ao vencer o MLS Supporters' Shield, prémio relativo ao melhor desempenho da fase regular da liga norte-americana, com um recorde de 74 pontos. Gianni Infantino conseguiu, assim, ter a equipa de Messi como representante do país anfitrião.
Depois de um período com apenas uma vitória em oito jogos, com a eliminação nas meias-finais da Champions da CONCACAF pelo meio, o Inter Miami chega ao Mundial após duas vitórias, diante de Montréal (4-2) e Columbus Crew (5-1). É o terceiro classificado da Conferência Este da MLS.
Em 24 jogos em 2025, o Inter Miami leva 13 vitórias, cinco empates e seis derrotas, além de uma média de exatamente dois golos marcados por jogo e de 1.46 sofridos por partida.
Como joga o Inter Miami?
Apenas com experiências nas seleções jovens da Argentina, Javier Mascherano, antigo colega de Messi no Barcelona, assumiu o comando da equipa da Florida.
As principais figuras da equipa já ultrapassaram largamente a barreira dos 30 anos. Messi tem 37, Luis Suárez 38 e Sergio Busquets e Jordi Alba (em dúvida devido a lesão) estão ambos com 36. Uma das maiores dificuldades do Inter Miami será, por isso, acompanhar o ritmo das restantes equipas do grupo.
Messi é um verdadeiro faz-tudo no Inter Miami. A equipa vive de rasgos individuais do internacional argentino, que pensa e organiza o jogo, muitas vezes com bolas longas para os avançados. Porém, Messi não se inibe, claro está, de aparecer na frente, onde marca largamente a diferença. Por outro lado, tanto Messi como Suárez ficam alheados de tarefas defensivas, desequilibrando a equipa – a defender, num 4-4-2, são os mais adiantados.
O Inter Miami gosta de pressionar alto e é forte nas transições ofensivas. No entanto, tem muitas debilidades na defesa e é apanhado em contrapé em diversas ocasiões, porque joga demasiado aberto. Desta forma, cria muito espaço no meio, até porque a última linha nem sempre acompanha as duas mais adiantas (meio-campo e ataque). A juntar a isto, a qualidade individual da defesa deixa a desejar – e as lesões neste setor não têm ajudado.
Os jogadores a ter em conta
Lionel Messi é capaz de decidir um jogo a qualquer momento e, apesar de ser preciso levar em conta o contexto em que está inserido, já tem 15 golos em 20 jogos este ano.
Sem a velocidade de outrora, parece passear pelo campo quando, de um momento para o outro, desbloqueia uma jogada com um passe decisivo, embora nem sempre os colegas dêem o melhor seguimento ao lance.
Além dos ex-Barça, há alguns nomes com impacto no Inter Miami. O avançado Tadeo Allende, emprestado pelo Celta de Vigo, já soma oito golos esta época, mas é Telasco Segovia, ex-Casa Pia, quem mais se destaca à parte das estrelas da companhia.
Muito enérgico e dotado de boa capacidade técnica, o venezuelano tem um grande raio de ação, sabe pensar o jogo ofensivo da equipa e também é útil na transição. A juntar a isso, tem revelado instinto para chegar à área e finalizar.
Onze provável do Inter Miami
Oscar Ustari; Marcelo Weigandt, Maximiliano Falcon, David Martínez e Jordi Alba; Sergio Busquets, Federico Redondo e Telasco Segovia; Lionel Messi, Tadeo Allende e Luis Suárez.
AL AHLY
Último adversário do FC Porto na fase de grupos, é sobre o Al Ahly que podem recair mais dúvidas. Recém-sagrado tricampeão do Egito, é o único dos adversários dos dragões que também está na reta final da temporada e está habituado a participar no Mundial de Clubes, embora no antigo formato.
Recordista de títulos na Champions africana, o Al Ahly foi eliminado esta época nas meias-finais, o que ditou a saída do treinador suíço Marcel Koller. Para o seu lugar, entrou o espanhol José Riveiro, de 49 anos, ex-Orlando Pirates, da África do Sul. A troca de treinador aumenta as dúvidas em torno da forma como a equipa se vai apresentar.
Em 2024/25, o Al Ahly disputou 45 jogos e obteve um registo de 26 vitórias, 13 empates e seis derrotas. A equipa egípcia tem uma média de 1.84 golos marcados por jogo e 0.76 sofridos.
Como joga o Al Ahly?
Habitualmente montado num 4-2-3-1, o Al Ahly gosta de procurar o jogo direto para os homens da frente. O avançado Wessam Abou Ali é a principal referência ofensiva da equipa, que investe muito no jogo vertical.
O médio Marwan Attia é o responsável por organizar o jogo a partir de trás e aposta nos lançamentos longos, quer para a frente, quer para variar o flanco. Importa ainda salientar a penetração dos extremos na área adversária, o que faz com que os egípcios coloquem muita gente no último terço.
Defensivamente, porém, o Al Ahly é frágil. As marcações individuais causam desposicionamento de alguns jogadores e, por vezes, gera-se o caos total. A falta de rigidez defensiva provoca espaços na zona entre linhas, algo que o FC Porto gosta de explorar, nomeadamente com jogadores como Fábio Vieira, Rodrigo Mora ou Pepê.
Os jogadores a ter em conta
Há dois jogadores que se evidenciam dos restantes no plantel do Al Ahly. O irreverente médio-ofensivo Emam Ashour tem 19 golos em 40 jogos esta época e destaca-se precisamente pela chegada à área, aproveitando os cruzamentos atrasados a partir dos corredores. Já Wessam Abou Ali, é o jogador-alvo e homem-golo: marcou em 16 ocasiões, num total de 32 jogos.
Importa ainda lembrar que o Al Ahly garantiu as contratações dos extremos Trezeguet e Ahmed Sayed Zizo, reforços de luxo para atacar o Mundial de Clubes.
Onze prováve ldo Al Ahly
El Shenawy; Mohamed Hany, Yasser Ibrahim, Achraf Dari e Koka; Marwan Attia, Amr El Soleya e Emam Ashour; Achraf Bencharki, Trezeguet e Wessam Abou Ali.