Michael Jackson não dormia há 60 dias antes de morrer

Se Michael Jackson não tivesse morrido de uma overdose do anestésico Propofol, a falta de descanso poderia ter sido fatal. A revelação foi feita esta quinta-feira, durante mais uma sessão do julgamento que opõe a família do cantor à promotora de concertos AEG, noticia a CNN.

Charles Czeisler, especialista em questões de sono, da Universidade de Harvard, explicou que Jackson não dormia há 60 dias antes de morrer. As doses de Propofol administradas ao cantor por Conrad Murray durante dois meses induziram Michael Jackson num estado de coma provisório, mas não lhe permitiam um sono profundo, prejudicando-lhe a saúde.

O especialista chamado a depor no tribunal de Los Angeles afirmou que não conhece sequer outro caso no mundo em que uma pessoa tenha passado 60 dias sem qualquer hora de verdadeiro sono.

O Propofol tomado por Jackson, que se queixava de insónias, apenas lhe dava uma falsa sensação de descanso. «Seria como tomar drageias de celulose em vez de comer o jantar. O estômago estaria cheio, e a pessoa não sentiria fome, mas teria zero calorias e não forneceria quaisquer nutrientes», explicou Czeisler.

A falta de sono profundo durante longos períodos poderá provocar paranoia, ansiedade, depressão, falhas na atenção, falta de apetite, tonturas, e lentidão de reflexos. Todos eles sintomas de que Michael Jackson padecia na altura da sua morte, em junho de 2009.

No julgamento que decorre há várias semanas, a família de Michael Jackson acusa a AEG (promotora dos concertos que o cantor tinha marcado em Londres em 2009) de ser a responsável pela contratação de Conrad Murray, o médico condenado a quatro anos de prisão pelo homicídio involuntário do «rei da pop». Por sua vez, a empresa alega que Murray foi uma escolha pessoal do cantor.