Pelo menos 17 pessoas morreram afogadas na costa de Myanmar, antiga Birmânia, num naufrágio de um barco que transportava migrantes rohingya, que tentavam fugir do país, disseram esta quinta-feira os serviços de resgate.
"Encontrámos 17 corpos", disse Byar La, socorrista da Fundação Shwe Yaung Metta, à Agência France Presse, acrescentando que foram descobertos oito homens vivos e que outras 30 pessoas estão desaparecidas.
Todos os anos, milhares de rohingyas arriscam as suas vidas em perigosas viagens marítimas a partir de acampamentos no Bangladesh e em Myanmar, na tentativa de chegar à Malásia e à Indonésia, de maioria muçulmana.
Mais de 50 pessoas estavam a bordo do barco, que seguia para a Malásia quando, no mar agitado, teve problemas, durante a noite de domingo para segunda-feira, de acordo com Byar La.
"Encontrámos oito homens vivos. A polícia levou-os para interrogatório", contou.
As equipas de resgate ainda estão a tentar encontrar pessoas desaparecidas, acrescentou.
O estado predominantemente budista de Rakhine, em Mianmar, é o lar de cerca de 600.000 muçulmanos rohingya, que são considerados intrusos do Bangladesh, embora vivam no país há gerações e não tenham cidadania nem liberdade de movimento.
Em 2017, uma repressão dos militares de Mianmar forçou cerca de 750.000 rohingya a fugir do país para o Bangladesh, após relatos generalizados de assassinatos, incêndios criminosos e violações.
A Comissão Europeia aprovou no mês passado 12,5 milhões de euros para apoiar as populações em Myanmar e os refugiados rohingya no Bangladesh, na sequência da grave crise humanitária naquela região da Ásia.
A verba será canalizada para as necessidades humanitárias da população em Myanmar, assim como os refugiados daquela minoria étnica e as comunidades que os acolhem na região que faz fronteira entre o Bangladesh e a antiga Birmânia.