As forças separatistas arménias em Nagorno-Karabakh concordaram com os termos de um cessar-fogo proposto pelas forças de paz russas depois de sofrerem uma série de reveses no campo de batalha às mãos do exército do Azerbaijão, informa a agência de notícias Interfax. O acordo de cessar-fogo exige a retirada das unidades militares e equipamentos arménios de Nagorno-Karabakh e o desarmamento das forças de defesa locais.
O acordo, que põe fim a 24 horas de combates na região separatista de Nagorno-Karabakh, foi anunciado pelas autoridades da região separatista do Azerbaijão e entrará em vigor às 13:00 desta quarta-feira (10:00 em Lisboa).
O Ministério da Defesa do Azerbaijão já confirmou que as forças arménias em Karabakh concordaram em "depor as armas, abandonar as posições de combate e postos militares e desarmar completamente", e que todas as armas e equipamentos pesados estavam a ser entregues ao exército do Azerbaijão.
Os separatistas aceitaram também negociar a reintegração com o Azerbaijão a partir de quinta-feira, noticiou a agência francesa AFP. “Foi alcançado um acordo sobre a retirada das unidades e dos militares restantes das forças armadas arménias (...) e sobre a dissolução e o desarmamento completo das formações armadas do Exército de Defesa do Nagorno-Karabakh”, disseram os separatistas.
Tanto as autoridades locais em Stepanakert como em Baku confirmaram que os representantes se irão reunir em Yevlakh, no Azerbaijão, na quinta-feira, para completar as negociações.
O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da Arménia, Paruyr Hovhannissyan , afirmou que os arménios da região de Nagorno-Karabakh poderão "num mundo ideal" viver sob o domínio do Azerbaijão, mas a história torna difícil imaginar essa situação, por isso é essencial estabelecer um diálogo. Em entrevista à Reuters, este responsável admitiu que a ofensiva do Azerbaijão oprimiu os separatistas.
Ambos os lados disseram que o acordo foi mediado por uma força local de manutenção da paz russa que foi destacada na região desde o início da guerra em 2020.
Cerca de 120 mil arménios étnicos vivem no enclave do Sul do Cáucaso, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão. Há três anos, o Azerbaijão recapturou áreas dentro e ao redor de Karabakh e na terça-feira exigiu a rendição total.