Pelo menos 125 pessoas morreram e mais de 280 ficaram feridos na explosão de um depósito de combustível na região de Nagorno-Karabakh, habitada por arménios mas pertencente ao Azerbaijão, disseram esta terça-feira à tarde as autoridades locais.
De manhã, o número de mortos era de 20, mas os responsáveis temiam que as vítimas fosse mais. Dezenas de pacientes encontravam-se em estado crítico e havia vários desaparecidos. O Ministério da Saúde de Nagorno-Karabakh disse então que “muitas pessoas estão dadas como desaparecidas”, pelo que se antevia que o número de mortos pudesse aumentar nas horas seguintes.
Quando se deu a explosão, encontrava-se nas imediações do depósito de combustível um grande número de viaturas com habitantes de Nagorno-Karabakh que pretendiam abandonar o enclave, após a derrota militar da semana passada contra o exército do Azerbaijião.
O depósito situa-se próximo da estrada que liga a capital regional, Stepanakert (Jankendi, para os azerbaijaneses) à cidade de Askeran.
O ministério indicou que enviou um helicóptero com uma equipa médica, medicamentos e material médico para a capital de Nagorno-Karabakh, Artsakh, para ajudar no tratamento dos feridos. A Presidência do Azerbaijão disse que enviou uma ambulância com material médico para tratar queimaduras, de acordo com a agência de notícias estatal azerbaijanesa, Azertag.
Poucas horas antes, uma delegação oficial do Azerbaijão tinha acordado com representantes arménios de Nagorno-Karabakh a entrega de ajuda humanitária, a implantação de serviços de saúde e uma comissão de trabalho conjunta para restaurar os serviços básicos e reabilitar as infraestruturas da região.
Em 19 de setembro, o Azerbaijão anunciou o lançamento de "operações antiterroristas" no Nagorno-Karabakh, depois da morte de quatro polícias do Azerbaijão e de dois civis, na sequência da explosão de minas colocadas por "sabotadores arménios", de acordo com Baku. No dia seguinte, as autoridades do território secessionista, abandonado por Erevan, capitularam e foi acordado um cessar-fogo.