As tropas do Azerbaijão terão atacado esta semana um depósito de munições das forças de manutenção de paz da Rússia na região do Nagorno-Karabakh.
De acordo com o jornal independente russo Meduza, um vídeo do incêndio provocado pelo ataque foi publicado em canais russos pró-guerra no Telegram. O ataque terá acontecido na terça-feira, dia 19 de setembro.
Até ao momento, o governo russo não comentou o incidente nem relatou qualquer ataque a um paiol das suas forças de manutenção de paz.
Esta informação surge dias após um carro com soldados russos ter sido atacado por forças azeris, causando a morte a, pelo menos, cinco militares russos.
De acordo com a Procuradoria-Geral do Azerbaijão, os militares azeris confundiram os soldados russos com tropas arménias “devido às condições difíceis do terreno, chuva e nevoeiro”.
Entre os mortos está o coronel Ivan Kovgan, que era o número 2 das forças russas na região. Segundo a Radio Free Europe, Kovgan tinha sido nomeado para o posto há apenas dois meses.
O incidente motivou um pedido de desculpas por parte do governo de Baku. Numa chamada telefónica com Vladimir Putin, o presidente Ilham Aliyev expressou as condolências pelas vítimas e prometeu a investigação e condenação de todos os responsáveis pelo incidente.
“O presidente do Azerbaijão manifestou igualmente a sua disponibilidade para prestar assistência financeira às famílias das vítimas”, pode ler-se no comunicado do Kremlin.
O Azerbaijão lançou esta terça-feira o que designa de “operação antiterrorista” contra a região do Nagorno-Karabakh, onde residem cerca de 120 mil arménios.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão exige a “total e incondicional” retirada das tropas arménias da região, reconhecida internacionalmente como território azeri, a qual considera ser a “única forma de garantir a paz e a estabilidade na região”. Ao início da noite de terça-feira no país, a administração presidencial reiterou este objetivo, ameaçando com a continuação das “medidas contraterroristas”.
Esta operação foi desencadeada após seis azeris – quatro polícias e dois civis – terem sido mortos com a explosão de minas numa zona da região controlada por Baku.
Segundo os separatistas arménios, a operação militar azeri fez pelo menos 200 mortos e 400 feridos.
A vitória de Baku está a alimentar o receio de que muitos dos 120 mil habitantes do Nagorno-Karabakh partam, apesar de a Arménia ter prometido que não está prevista qualquer retirada em massa. No entanto, a Arménia disse estar preparada para acolher "40 mil famílias" de refugiados.