Quatro pinheiros solidários, recicláveis e iluminados a pedal

O Natal do Porto é, este ano, enfeitado por quatro pinheiros originais, solidários, sustentáveis, insufláveis e até iluminados por pedaladas de bicicleta, mas o predileto continua a ser o tradicional de «ramos verdinhos, bolas e bonequinhos».

Avenida dos Aliados, Bairro do Cerco, Praça da Trindade e Norteshopping são os locais onde estão as quatro árvores de Natal que este ano iluminam a cidade do Porto, mas pouco, diz quem passa e considera mesmo que «assim não é Natal».

«Sei que estamos em tempo crise e que há que fazer poupanças mas está um bocadinho chocho e nem parece Natal», afirma Marco, 27 anos, enquanto contempla a árvore dos Aliados, da responsabilidade da associação Espaço T.

Esta «árvore» é uma estrutura metálica com 13 metros de altura e ornamentada com mil «Homens T», pintados por utentes de instituições de solidariedade da cidade e alguns artistas.

Sobre o «pinheiro» do Espaço T as opiniões divergem. Maria, de 25 anos, sublinha que «é original» e «representa o Natal» porque «representa as pessoas da cidade». Já Alberto, de 41, considera-a «feia, desapropriada para a quadra, fria e muito despida».

Alguns metros acima, na Praça do Metro da Trindade, a Entidade Gestora de Resíduos decidiu na sexta-feira montar uma «Mega Árvore de Natal» insuflável de 10 metros de altura que até hoje acompanha uma ação de sensibilização para promover a reciclagem.

A alguns quilómetros dali, no bairro do Cerco, um plátano foi decorado com algumas bolas de luz feitas por instituições da comunidade.

«A iniciativa é boa, mas a árvore está um bocadinho sem vida. Devia ter um pouco mais de cor e de luz», diz Rodolfo, 32 anos, um dos moradores bairro.

Ainda assim, aquela que é considerada a «Árvore de Natal Gigante do Bairro do Cerco» acaba por alegrar o bairro onde, refere Sandra, de 16 anos, «nem toda a gente tem possibilidade de ter a casa decorada».

Do outro lado da cidade, no Norteshopping, os 12 metros de altura de uma árvore «sustentável», mas tradicional, são iluminados pelas pedaladas nas bicicletas dos mais curiosos que geram a energia necessária a que se acendam as luzes.

A iniciativa, dizem os mais novos que correm afoitos a pedalar nas sete bicicletas, «é interessante», «bonita», «engraçada» e «uma maneira de as pessoas fazerem um bocadinho de desporto», conta Bruno, de 13 anos.

O próprio Pai Natal decidiu pôr de lado as renas e o trenó e pedalar um pouco. Para «iluminar a nossa árvore», «pô-la mais bonita» e «dar alegria» porque «a festa não é só dos pequeninos, mas também dos grandes».