Dador de esperma neerlandês processado por ter pelo menos… 550 filhos - TVI

Dador de esperma neerlandês processado por ter pelo menos… 550 filhos

  • MM
  • 28 mar 2023, 14:49
Bebé ao colo da mãe (Arquivo)

Nos Países Baixos, cada dador pode ter, no máximo, 25 crianças. E há duas justificações para isso

Devia ter no máximo 25 filhos, mas poderá reclamar a paternidade de, pelo menos, 550 crianças. Jonathan M., um dador de esperma neerlandês de 41 anos, está a ser processado pela Dutch Donorkind Foundation, que quer impedi-lo de ter mais filhos.

Porque é que isto está a acontecer? Nos Países Baixos, cada dador pode ter no máximo 25 filhos. Esta regra foi estipulada por duas razões, aponta o El País: para evitar o incesto involuntário na idade adulta e preservar a saúde mental das crianças e jovens, dada a possibilidade de terem muitos irmãos de famílias diferentes, com os quais seria impossível criar laços.

Jonathan M. (nome usado na comunicação social neerlandesa) está numa lista negra nos Países Baixos. Em 2017, a associação de ginecologistas e obstetras alertou que este já tinha 102 filhos em 11 clínicas de fertilidade. Isso fez com que passasse a oferecer os seus serviços pela internet e para outros países.

A Dutch Donorkind Foundation, que ajuda crianças e jovens a encontrarem irmãos, pede ainda que as amostras de sémen armazenadas sejam destruídas, sendo guardadas apenas as que estão reservadas para mulheres que tiveram um filho dele e pretendam ter outro com o mesmo pai.

O advogado da fundação, Mark de Hek, apontou, através de comunicado, que o comportamento de Jonathan M. “é perigoso para o bem-estar mental e a saúde das crianças”. Para além disso, é ilegal e "viola os acordos com as clínicas e os futuros pais”.

As clínicas de fertilização nos Países Baixos são financiadas por um seguro de saúde que todos os cidadãos devem ter. As doações podem ser feitas no privado ou em hospitais públicos e universitários, que pagam 10 a 20 euros aos dadores. As informações de quem doa sémen, óvulos ou embriões têm de ser colocados num banco de dados nacional. Para além disso, devem ser disponibilizadas a crianças, pais e médicos de família.

Sendo assim, como é que Jonathan M. teve tantos filhos? As clínicas não partilham dados entre si e esta falta de comunicação acabou por facilitar a interação do dador com uma dezena de organizações, sem levantar suspeitas até 2017. Quando foi apanhado, alargou o seu raio de ação através de endereços como CoParent Match, Cyros, PrideAngel, Onewish, Kinderwunsch e Spendesperma, informa o jornal Algemeen Dagblad.

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