A Netflix perdeu cerca de um milhão de subscritores, segundo as contas do segundo trimestre, reveladas esta terça-feira pela empresa e avançadas pela AFP. Foram 970 mil os assinantes perdidos entre abril e junho.
Ainda assim, trata-se de um balanço melhor do que o esperado: em abril, a empresa de “streaming” chegou a estimar perdas de dois milhões de utilizadores para o período em análise. A ajudar neste cenário esteve o lançamento de uma nova temporada de “Stranger Things”, uma das séries de maior sucesso da plataforma.
O foco está agora em ter um crescimento mais acelerado, com a perspetiva de recuperar um milhão de subscritores já no próximo trimestre. Numa comunicação aos investidores, a empresa disse estar “confiante e otimista quanto ao futuro”, embora reconhecendo que “voltar a acelerar o crescimento é um grande desafio”.
Nas estratégias para recuperar subscritores está, além das ações para controlar a partilha de palavras-passe entre pessoas que não vivam na mesma casa, o lançamento no início de 2023 de uma modalidade com anúncios, mais barata, que poderá permitir o acesso a clientes com um poder de compra mais baixo.
No último trimestre, a Netflix registou receitas de aproximadamente oito mil milhões de dólares, um valor que acabou por ser penalizado pelo facto de a moeda americana estar mais forte. Sem esse efeito cambial, as receitas teriam sido maiores, tendo em conta a forte base de subscritores fora dos Estados Unidos da América.
Após ser anunciado o balanço, as ações da empresa subiram mais de 7%, contrariando o cenário registado desde o início do ano, com os títulos a desvalorizar quase 70%.
A Netflix mantém-se como a maior plataforma de “streaming” do mundo, com 221 milhões de subscritores.