Perito afirmou que corpo de Nicola Bulley não estava no rio, mas estava. O erro que quase deu o caso por perdido - TVI

Perito afirmou que corpo de Nicola Bulley não estava no rio, mas estava. O erro que quase deu o caso por perdido

  • CNN Portugal
  • MCP
  • 23 fev 2023, 23:00
Buscas por Nicola Bulley no Reino Unido (GettyImages)

Pete Faulding disse com certeza que o corpo de Nicola Bulley não estava no rio Wyre. Entretanto, o corpo foi encontrado.

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Nicola Bulley foi encontrada morta três semanas depois de ter desaparecido de forma misteriosa no rio Wyre, quando passeava o cão. Pouco mais se sabe sobre o que realmente aconteceu, e o que se sabe levanta mais dúvidas: o cão permaneceu seco, o telemóvel da mulher estava em chamada de trabalho e havia uma e-mail profissional enviado antes.

As buscas iniciaram-se e tudo indicava que Bulley tinha caído ao rio Wyre, mesmo em frente ao banco de jardim onde o seu telemóvel tinha sido encontrado. Mas após 14 dias de uma operação intensa - com mergulhadores, cães pisteiros, polícia, especialistas forenses e bombeiros - o chefe da equipa de especialistas forenses que realizou as buscas subaquáticas, Peter Faulding, desistiu de procurar naquele local: “Esta área é completamente negativa. Ela aqui não está”.

Mas na verdade, estava. E agora que o corpo desta mãe de duas crianças foi encontrado, no local que o perito descartou, Peter Faulding enfrenta criticismo e escrutínio em relação à sua atuação, levantando-se até questões sobre a possibilidade de ter usado o caso para gerar atenção no livro que recentemente lançou, com o título "O que está por baixo: a minha vida como especialista forense em busca e resgate". 

Peter Faulding acha “injusto” todo o criticismo do qual tem sido alvo, alegando que o seu intuito era “puramente ajudar a família”.

“Quero deixar claro: eu nunca fiz isto por publicidade. Tudo o que faço é pelo bem das pessoas. Lançámos o livro, mas ficámos discretos por causa da natureza desse trabalho.”, esclareceu.

Propositadamente ou não, num caso em que a polícia não dizia muito, Peter Faulding tornou-se o rosto e a voz da investigação, sendo até incorretamente descrevido como quem “liderava a busca” em algumas notícias de jornais.

Hamish Campbell, que supervisionou a investigação policial e liderou uma revisão pós-inquérito do caso, disse que a polícia não tinha uma visão tão persistente sobre o caso como a de Faulding.

Para o inspetor, o erro foi de Faulding estar tão seguro de si nas entrevistas: “Eu ouvi as suas abordagens nas entrevistas de ter 100% de certeza de que o corpo não estava no rio, e lembro-me de pensar na altura: meu Deus, como sabes isso se não procuraste o rio na sua totalidade? E deparamos-nos com esta mudança linguística de ‘Ah, mas quando eu disse o rio, eu não quis dizer a margem, apenas a água’, mas isso é basicamente dizer: ‘não me culpem’”.

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