As autoridades venezuelanas detiveram este sábado três cidadãos americanos, dois espanhóis e um checo, suspeitos de fazerem parte de uma conspiração para matar o presidente Nicolás Maduro.
Um dos americanos, disse uma fonte do Departamento de Estado à Reuters, é um militar da Marinha Americana.
Em conferência de imprensa, a ministra da Administração Interna da Venezuela, Diosdado Cabello, alegou que o plano foi orquestrado pelos EUA e que há “grupos” a quererem “desestabilizar” o país.
“Estes grupos procuram apoderar-se da riqueza do país e nós, como governo, responderemos com firmeza a qualquer tentativa de desestabilização”, disse Cabello, citada pela Reuters.
A ministra referiu ainda que foram apreendidas 400 armas vindas dos EUA, e acusou os dois espanhóis detidos de pertencerem aos serviços secretos de Espanha.
O Departamento de Estado já negou qualquer ligação a uma tentativa para matar Maduro. “Quaisquer alegações de envolvimento dos EUA numa conspiração para derrubar Maduro são categoricamente falsas. Os Estados Unidos continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela. Estamos a procurar informações adicionais. Estamos a acompanhar de perto a situação”, disse um porta-voz.
Por sua vez, o governo espanhol referiu que está a pedir mais informações ao executivo e às autoridades venezuelanas.
Estas detenções ocorrem num contexto de tensões acrescidas entre a Venezuela e os EUA, bem como com Espanha, onde está exilado o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, devido à eleição contestada de Maduro.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor das eleições, com 52% dos votos. No entanto, a oposição afirma que Gonzalez Urrutia obteve mais de 60% dos votos, com base nos relatórios fornecidos pelos seus escrutinadores.
Os Estados Unidos reconheceram Gonzalez Urrutia como presidente e anunciaram na quinta-feira sanções contra 16 pessoas próximas de Maduro por “obstrução às eleições presidenciais".
Caracas rejeitou imediatamente estas medidas, com o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, a garantir, na sexta-feira, que as forças armadas "não eram corruptíveis" e não seriam intimidadas pelos EUA.