Uma equipa de peritos internacionais da empresa de advogados de direitos humanos Global Rights Compliance considera que é "altamente provável" que Rússia seja responsável pela explosão da barragem Nova Kakhovka, na região de Kherson, na Ucrânia, avança a CNN Internacional, que cita o comunicado da empresa.
De acordo com as conclusões preliminares da investigação, a equipa de peritos que assiste o gabinete do procurador-geral da Ucrânia afirmou que existe uma "elevada probabilidade" de o colapso da barragem em 6 de junho "ter sido causado por explosivos pré-colocados em pontos críticos da estrutura da barragem".
Os peritos visitaram as zonas afetadas na região de Kherson no fim de semana, acompanhados pelos procuradores ucranianos e representantes do Tribunal Penal Internacional, e rejeitaram a teoria de que o colapso da barragem poderia ter sido causado pela má gestão das instalações, dizendo que é "altamente improvável que a má gestão, por si só, explique uma destruição tão catastrófica".
"As provas e a análise da informação disponível - que inclui sensores sísmicos e discussões com peritos de topo em demolições - indicam que existe uma elevada probabilidade de a destruição ter sido causada por explosivos pré-colocados em pontos críticos da estrutura da barragem", explicam.
A equipa diz ainda que quem levou a cabo o ataque ou supervisionou a gestão da barragem precisava de ter acesso ou controlo do local, que é ocupado pela Rússia.
Segundo Catriona Murdoch, advogada britânica que coordenou a equipa, "as informações de que a Global Rights Compliance dispõe e que foram verificadas por uma das principais fontes de informação revelam que, nesta fase, é muito provável que as forças russas tenham destruído deliberadamente a barragem".
De acordo com o direito internacional humanitário, as barragens são de natureza civil.
"Os civis que vivem perto da barragem de Kakhovka não foram avisados de um ataque iminente e foram bombardeados quando tentavam sair das áreas inundadas", afirmou Murdoch.
O colapso da barragem levou à deslocação de quase 9.000 pessoas no sul da Ucrânia.
A Rússia negou qualquer envolvimento no desastre e, por sua vez, acusou a Ucrânia de destruir a barragem, sem apresentar provas.