A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, reafirma a confiança na vitória da Ucrânia face à Rússia mas admite que sente falta da presença de Volodymyr Zelensky na vida familiar. “Isto pode ser um pouco egoísta, mas preciso do meu marido e não de uma figura histórica ao meu lado.”
Numa entrevista intimista à BBC, lamenta o facto de não conseguir ter a família reunida, uma realidade que diz ser a de milhares de ucranianos que viram familiares próximos a irem para a linha da frente de combate ou, simplesmente, fugir do país e da guerra.
“Não moramos com meu marido, a família está separada”, revela Olena Zelenska, adiantando que, sempre que possível, têm a “oportunidade” de ver Zelensky “mas não com a frequência que gostaríamos”.
“O meu filho sente falta do pai”, diz. “Mas continuamos fortes, temos força tanto emocional quanto física. E tenho certeza de que vamos lidar com isso juntos”, acrescentou à televisão britânica.
Olena Zelenska e Volodymyr Zelensky são pais de Oleksandra, de 19 anos, e Kyrylo, de dez. A mais velha sente falta do pai e da liberdade que era garantida antes da invasão da Rússia. Olena Zelenska explica como é: “Dói-me ver que os meus filhos não planeiam nada. Com esta idade, jovens. A minha filha tem 19 anos. Os jovens com essa idade sonham com viagens, com novas sensações, emoções. Ela não tem essa oportunidade”.
Embora queira Zelensky do seu lado, Olena garante que o marido, enquanto presidente, “tem realmente a energia, a força de vontade, a inspiração e a teimosia para passar por esta guerra”, mas refere que nunca sonhou que o seu marido se tornasse a “figura histórica” que é hoje, nem mesmo quando ele concorreu à presidência ucraniana.
“Eu acredito nele. E eu apoio-o. Eu sei que ele tem força suficiente. Para qualquer outra pessoa que eu conheço, acho que seria muito mais difícil essa situação. Ele é realmente uma pessoa muito forte e resiliente. E é dessa resiliência que todos nós precisamos agora”, adianta a primeira-dama.
“Ninguém pode saber o que nos espera. Afinal, ninguém podia imaginar que no século 21 uma guerra deste tipo seria desencadeada no meio da Europa, que seria tão cruel. Uma guerra sangrenta. Nunca imaginei que estaria neste papel neste momento”, lamenta. Mas apressa-se a dizer: “Temos grandes esperanças de vitória, mas não sabemos quando chegará. E esta longa espera, o stress constante, tem o seu preço”.