ONU saúda Espanha por repatriamento de mulheres e menores com ligações ao Estado Islâmico - TVI

ONU saúda Espanha por repatriamento de mulheres e menores com ligações ao Estado Islâmico

  • Agência Lusa
  • CE
  • 11 jan 2023, 16:44
Familiares de soldados do Estado Islâmico na Síria (AP)

Espanha era um dos países que, até agora, recusava fazer estes repatriamentos

As Nações Unidas saudaram esta quarta-feira Espanha pelo repatriamento de mulheres e menores espanhóis com ligações ao grupo terrorista Estado Islâmico que estavam em campos de prisioneiros na Síria, apelando à responsabilidade de todos os países nestes casos.

"Temos apelado à comunidade internacional, especialmente aos países ocidentais que têm cidadãos [nos campos de prisioneiros sírios], especialmente quando são mulheres e crianças, para fazerem todo o possível para os repatriarem", afirmou o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric, durante uma conferência de imprensa na sede da organização, em Nova Iorque.

Dujarric sublinhou que as condições nesses campos de prisioneiros, em que vivem famílias de elementos do Estado Islâmico, na sua maioria mulheres e menores, são "quase desumanas" e "extremamente difíceis".

"Cada país tem uma responsabilidade com os seus próprios cidadãos", insistiu o porta-voz da ONU, que saudou o repatriamento, por Espanha, na segunda-feira, de duas mulheres e 13 menores.

Espanha era um dos países que, até agora, recusava fazer estes repatriamentos.

Mais de 55 mil pessoas vivem nos campos de prisioneiros no noroeste da Síria, segundo diversas organizações internacionais.

As duas espanholas repatriadas na segunda-feira foram detidas à chegada a Espanha e um juiz decidiu hoje que ficam em prisão preventiva, sendo suspeitas do crime de integração em organização terrorista.

Os menores que foram repatriados têm entre 3 e 15 anos de idade, nove são filhos destas mulheres e outros quatro, também de nacionalidade espanhola, estavam a cargo de uma delas no campo de prisioneiros.

Os menores foram entregues a serviços sociais do estado.

As duas mulheres são espanholas e casaram com membros do Estados Islâmico (EI), tendo viajado com os maridos para a Síria em 2014.

O EI conquistou a partir de 2014 largas zonas do Iraque e da Síria, onde proclamou um califado no qual impôs um regime de terror baseado numa ideologia islamista fundamentalista até que foi derrotado com a ajuda de uma coligação internacional, encabeçada pelos Estados Unidos, em 2017, no Iraque e, em 2019, na Síria.

Estas duas mulheres espanholas foram detidas em 2019 e estavam num campo de prisioneiros no nordeste da Síria, controlado por forças curdas, desde, pelo menos, 2020.

Espanha tem referenciada outra espanhola e outra viúva de um espanhol, ambas com filhos menores, nos campos de prisioneiros na Síria.

A Síria está dividida pela guerra que começou em 2011: o regime do Presidente Bashar al-Assad retomou a maior parte do território, mas as forças curdas sírias controlam grandes áreas do norte e do nordeste do país.

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