Ordem dos Médicos chumba criação da especialidade de Medicina de Urgência - TVI

Ordem dos Médicos chumba criação da especialidade de Medicina de Urgência

  • CNN Portugal
  • com Lusa
  • 12 dez 2022, 15:31
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Em julho, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu a criação desta especialidade mas ressalvou que não resolve os problemas que estão a ocorrer em algumas urgências de hospitais do SNS

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A Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos chumbou esta segunda-feira a criação da nova especialidade de Medicina de Urgência, confirmou a CNN Portugal. A especialidade era apoiada por antigos e atuais diretores de serviços de urgência, mas considerada inoportuna pelos médicos de Medicina Interna.

O debate surgiu após 56 antigos e atuais diretores de serviços de urgência terem dito na semana passada num manifesto que é indispensável a criação da especialidade face às “enormes insuficiências” da rede hospitalar.

Os signatários lembram que esta é uma especialidade com mais de 50 anos “presente na esmagadora maioria dos países da Europa, nos quais constitui um dos pilares fundamentais dos cuidados médicos”, mas que só agora os médicos portugueses “vão decidir da bondade da sua criação”.

Contudo, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a criação da nova especialidade é considerada inoportuna.

Lélita Santos disse à Lusa que, “neste momento, não é oportuno [a criação da nova especialidade] e que há outras alterações e medidas estruturais que devem ser tomadas antes de se analisar a necessidade dessa especialidade”.

“Para já, não concordamos e até nos opomos à criação da nova especialidade. Achamos que primeiro temos de organizar ou reorganizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse a médica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Já os diretores de serviços e de departamentos de urgência dizem no manifesto que são chamados a assumir a responsabilidade de coordenação mas com “capacidade interventiva limitada por ausência de equipa própria, gerindo a atividade deste serviço na articulação de escalas e mediação de conflitos entre serviços e departamentos, o que se torna profundamente redutor”.

Em julho, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu a criação desta especialidade, mas ressalvou que não resolve os problemas que estão a ocorrer em algumas urgências de hospitais do SNS.

Numa reação por escrito à Lusa, o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, salientou que a criação da especialidade de Medicina de Urgência constitui “um eixo fundamental na estratégia delineada” para esta área.

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