Rangel espera que cônsul consiga falar com os portugueses detidos na flotilha humanitária ainda esta sexta-feira - TVI

Rangel espera que cônsul consiga falar com os portugueses detidos na flotilha humanitária ainda esta sexta-feira

Após críticas de Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu ainda a atuação do Governo durante todo o processo e esclareceu que todos os portugueses detidos por Israel estão a ser tratados "de forma respeitosa e sem violência"

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, manifestou esta quinta-feira a sua esperança de que o cônsul português consiga estabelecer contacto com os cidadãos portugueses detidos em Gaza, incluindo a deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, ainda esta sexta-feira. Em entrevista à CNN Portugal, o ministro esclareceu que o Governo tem estado em permanente contacto com as autoridades e familiares, embora reconheça a dificuldade da situação e a delicadeza do caso.

“Estamos muito esperançados de que, na sexta-feira de manhã, possamos ter finalmente acesso consular. Estamos a tentar acelerar o processo, e o que queremos é garantir que os cidadãos portugueses sejam tratados com dignidade e possam voltar em segurança para as suas famílias”, afirmou Paulo Rangel.

De acordo com o governante, os contactos com os portugueses e com os familiares foram sendo feitos regularmente, através de diferentes canais de comunicação, incluindo e-mail, à exceção de um: Diogo Chaves. “Em relação ao quarto português, não temos informações concretas. Parece que não entrou em Barcelona, mas juntou-se mais tarde através de outros barcos”, explicou, acrescentando que o Executivo apenas teve conhecimento da sua presença após ter sido contactado por familiares do mesmo.

Sobre o estado em que se encontram os portugueses, Rangel cita fontes israelitas, dizendo que “Israel garante que os cidadãos detidos estão a ser tratados de forma respeitosa e sem violência”. “No entanto, qualquer detenção é uma situação difícil, especialmente quando envolve cidadãos de outro país. O nosso objetivo é que possamos ter acesso consular assim que possível”, reconheceu.

O responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros sublinhou ainda que a informação sobre as detenções foi transmitida de forma “rigorosa e detalhada” pelas autoridades locais. “Israel deu-nos toda a informação com antecedência, com grande detalhe e correção, independentemente de as relações serem mais próximas ou mais tensas”, defendeu, acreditando que “isto não vai interferir nas relações com Israel ou com a Palestina”.

"Estivemos sempre em contacto com uma alta dirigente do Bloco"

As declarações de Paulo Rangel surgem horas depois de Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, ter questionado a ação do Governo perante a detenção dos portugueses. O antigo deputado acusou a diplomacia portuguesa de não ter reagido de forma suficientemente célere e eficaz, especialmente face ao envolvimento de uma deputada do seu partido.

Em resposta, Paulo Rangel desafiou o Bloco de Esquerda a esclarecer as suas afirmações, realçando que o Governo português tem seguido as mesmas diretrizes que outros países europeus na gestão da crise. “Não sei porque o Bloco diz certas coisas. (…) Estivemos sempre em contacto com uma alta dirigente do Bloco de Esquerda. Ontem [quarta-feira], eu próprio estive em contacto com uma outra alta dirigente do partido e transmiti-lhe toda a informação que tinha”, indicou sem querer revelar quais as dirigentes com quem falou devido “à delicadeza da situação”.

Sobre as acusações de falta de ação, Rangel reiterou que o Governo atuou dentro dos parâmetros da diplomacia internacional, seguindo os mesmos procedimentos que outros países como Itália, França e Espanha. “Não há nada que Portugal tenha feito que não tenha sido realizado pelos outros governos. A situação é complexa e estamos a trabalhar para que os portugueses detidos sejam libertados e regressem a casa.”

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