Jerónimo diz a Sócrates para acertar palavras com políticas

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou este domingo que o primeiro-ministro deve «acertar» as palavras que diz com a política que pratica, abandonando o «ultra neoliberal processo de privatizações», noticia a Lusa.

Num comício em Bucelas, no concelho de Loures, Jerónimo de Sousa referiu-se à entrevista de José Sócrates ao jornal espanhol «El País», publicada este domingo, em que o primeiro-ministro afirmou que a Comissão Europeia tem um «preconceito contra a posição accionista» do Estado na PT, contra qual manifestou «posições ideológicas ultraliberais».

Jerónimo pegou no «assomo de defensor do interesse nacional» de Sócrates para apelar a que o primeiro-ministro «acerte as palavras com a política que realiza».

«Abandone o ultra neoliberal processo de privatizações de empresas públicas ou participadas pelo Estado, porque é assim a forma de defender o interesse nacional», disse, perante uma audiência de cerca de 150 militantes.

Num comício que assinalou os 65 anos do assassinato de Alfredo «Alex» Dinis, um operário metalúrgico comunista, pela polícia política da ditadura, a PIDE, Jerónimo afirmou que os «comunistas de hoje» estão a «honrar» a memória dos seus mártires de partido ao participarem em protestos como a manifestação convocada pela CGTP-Intersindical para a próxima quinta feira.

PEC «rouba nos salários»

O Programa de Estabilidade e Crescimento serviu para muitos argumentos de Jerónimo de Sousa contra o governo, o PSD e o presidente da República: «Na hora de salvar a política de direita e tudo aquilo que é estratégico para os grupos económicos e financeiros, assinam por baixo».

Apesar de «demarcações tácticas, algumas picardias e arrufos, a pensar em resultados eleitorais», se os sociais-democratas «lá estivessem, faziam precisamente, ou pior, aquilo que está a fazer o PS».

Frisando que o PEC «rouba nos salários com o aumento do IRS e do IVA, o imposto mais cego, que penaliza quem menos tem e menos pode», Jerónimo de Sousa afirmou que as consequências vão ser ainda piores com o aumento do desemprego que se regista.