O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, culpou o Governo pela “instabilidade” que considera viver-se no INEM e sublinhou a “gravidade” da situação.
Falando na inauguração da sede da Concelhia socialista de Braga, na noite de quinta-feira, Pedro Nuno apontou o caso do INEM para vincar que o Governo de Luís Montenegro “já começou a falhar”.
“Governar é garantir que nós nos sentimos seguros com os nossos governantes e com as decisões que eles tomam e, naquilo que é o concreto, o Governo em 100 dias já começou a falhar”, referiu.
O líder do PS lembrou que, no período de governação de Luís Montenegro, já se vai no terceiro presidente do INEM.
“A gravidade que significa para todos nós e a insegurança e instabilidade que nos causa saber que um Governo que tem de 100 dias, tão orgulhoso dos powerpoints que apresentou já vai no terceiro presidente do INEM. E o que ainda hoje está demissionário desde o dia 1 de julho e disse no parlamento que não tem contacto, comunicação com a tutela, com o Ministério da Saúde, desde o dia 1 de julho”, apontou.
Sublinhou que o presidente demissionário “acusou o Governo de negligência” e que o segundo “não esteve lá nem uma semana, acusando também o Governo de não ter garantido condições para o exercício do seu trabalho”.
“Estamos a falar de emergência médica. A nossa ansiedade em matéria de saúde é sempre muito grande. Trata-se da nossa saúde, a nossa e a das pessoas de quem amamos e por isso é, de facto, uma das áreas mais sensíveis que mais nos preocupa. A emergência médica nem sequer dá para esperar”, disse ainda.
PS está disponível para fazer cedências no OE
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que o partido está disponível para fazer cedências na negociação do Orçamento do Estado (OE) para 2025, mas sublinhou que não aceitará de forma acrítica a proposta do Governo.
Em Braga, onde presidiu à inauguração da renovada sede da Concelhia do PS, Pedro Nuno disse ainda que a decisão do PS sobre o OE não será condicionada pela eventualidade de dela poderem resultar eleições antecipadas.
“Em democracia, quando ninguém tem maioria absoluta tem de haver cedências e o PS não as nega. Não nos vamos é anular e ninguém pode pedir ao PS que se anule e aceite de forma acrítica um documento com o qual discordamos. Podemos ceder, estamos disponíveis para isso, mas tem de haver cedências que sejam também importantes para nós, para a nossa visão do país”, referiu.
O líder do PS disse que o partido quer evitar eleições antecipadas, mas adiantou que não as teme.
“Não podemos ter medo de eleições e eu não tenho”, afirmou, sublinhando que a decisão que o partido vai tomar “não está condicionada” por haver ou não eleições.
Pedro Nuno Santos lembrou que quem votou no PS “não queria, com certeza, a AD a governar nem o programa da AD".
“Isto exige de nós sentido de responsabilidade de quem quer evitar eleições antecipadas em Portugal, mas ao mesmo tempo a certeza de que nós temos de ser fiéis ao que apresentámos ao povo português”, adiantou.
Na sua intervenção, Pedro Nuno Santos acusou ainda o executivo liderado por Luís Montenegro de governar para as minorias, dando como exemplos o IRS Jovem e a descida do IRC.
“Está a governar para as minorias”, frisou, acusando o Governo de estar a acentuar o “fosso entre os que ganham muito e o resto da população”.
Segundo o líder do PS, o Governo “fartou-se de apresentar 'powerpoints'", mas “a governação não se mede pelo número de apresentações”.
“Governar não é apresentar powerpoints”, criticou.