Mulheres têm pensões de reforma 43% inferiores às dos homens. Veja quanto recebem - elas e eles - TVI

Mulheres têm pensões de reforma 43% inferiores às dos homens. Veja quanto recebem - elas e eles

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Disparidade de rendimentos não se verifica apenas na vida ativa, agrava-se na vida inativa. Há razões para isso.

As mulheres em Portugal ganham, em média, salários 17,2% inferiores aos homens, calculava um estudo do ISEG há cerca de um ano. As diferenças variam conforme as fontes, mas confirmam sempre não só a tendência de que os homens ganham mais como também a de que a diferença não está a diminuir tão depressa quanto seria desejável.

Mas há outra diferença que é menos vezes notada: a desigualdade de rendimentos na idade de reforma.

As mulheres portuguesas reformadas recebem, em média, pensões de reforma 43% inferiores às dos homens.

Estes são os dados mais atualizados, e que foram fornecidos à CNN Portugal pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social (MTSS). “Do universo total de pensões de velhice do regime geral”, avança a fonte oficial, “a diferença do valor de pensão entre homem e mulher é de 43% em 2021”.

A mesma fonte detalha que, em 2021, os homens recebiam em média uma pensão de 657,03 euros por mês, enquanto as mulheres auferiram uma pensão média de 372,62 euros mensais.

Considerando todos os pensionistas, os dados eram, naquele ano (o último de que há dados disponíveis) de uma pensão de reforma média em Portugal de 509 euros.

O fundamento para a diferença de valores “não resulta de qualquer falta de preocupação feminina com a proteção social”, realça o gabinete, antes acontece porque a participação feminina no mercado de trabalho “foi mais reduzida (para assistência a família, sobretudo)”.

“Esta realidade tem vindo a ser alterada, apesar de ainda existir maior propensão para a assistência à família ser assegurada pelas mulheres”, realça a mesma fonte.

A diferença entre os valores recebidos na idade reforma explica-se assim com base sobretudo em dois factores: por um lado, as mulheres ganham salários menores ao longo da vida ativa, pelo que descontam menos para o sistema de pensões; por outro lado, as suas carreiras contributivas são mais curtas.

“Em 2020, por exemplo, as mulheres a receber pensão tinham em média 23 anos de carreira, por comparação com 33 anos nos homens”, detalha o Ministério do Trabalho e da Segurança Social. “Mas, se analisarmos apenas as novas pensões entradas em 2020, constata-se que as mulheres já têm 32 anos [de carreira], contra 38 dos homens”.

Tendência longe de aproximar pensões

Esta tendência de aproximar os anos de carreira contributiva não significa, no entanto, uma aproximação expressiva no que toca aos valores das pensões de reforma.

Se as pensões já citadas de 657,03 euros nos homens e de 372,62 nas mulheres se referem à média de todas as pensões a pagamento em 2021, os dados das novas reformas atribuídas só nesse ano continuam longe significar qualquer igualdade de género.

Os homens que se reformaram em 2021 receberam nesse ano uma pensão mensal de 746,39 euros, enquanto as mulheres receberam 450,01 euros. Ou seja, as das reformadas foram 40% inferiores às dos reformados.

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