980 mil árvores abatidas devido ao nemátodo - TVI

980 mil árvores abatidas devido ao nemátodo

Pinhal

Jaime Silva garante que situação não é «dramática»

O ministro da Agricultura revelou que foram já abatidas em Portugal 980 mil árvores, «de várias dimensões», afectadas pelo nemátodo do pinheiro, avaliando o custo desse abate em «alguns milhões de euros».

Assegurando que não está em causa a sustentabilidade económica do pinhal, Jaime Silva reafirmou que o nemátodo não constitui a principal causa de morte do pinheiro bravo português. Falando durante a inauguração da Lusoflora, em Santarém, o ministro adiantou que, em 2.249 análises realizadas a árvores doentes, apenas 2,9 por cento revelaram dever-se ao nemátodo.

«Há pinheiros que morrem, mas a causa maioritária não é o nemátodo», afirmou, em reacção às notícias que referem uma situação «dramática» em pinhais da região Centro do país.

Recuo da floresta deveu-se aos incêndios

Jaime Silva recordou que na próxima semana vão estar em Portugal vários especialistas de países que há muito enfrentam o problema do nemátodo do pinheiro, para relatarem as suas experiências e ajudarem Portugal a lidar com uma doença exótica.

«Do ponto de vista científico não há nenhuma medida eficaz. O único instrumento (de combate à doença) é a gestão activa da floresta», disse. O ministro sublinhou ainda que o que provocou um grande recuo, de 200 mil hectares nesta floresta, foram os incêndios.

No final de Junho, as medidas de restrição inicialmente adoptadas na região da Península de Setúbal foram alargadas a todo o território «para evitar a distorção» do mercado português.

Abate num raio de 50 quilómetros

Sublinhando que o alastramento da doença à região Centro, com focos na zona da Nazaré e Lousã/Arganil, foi detectada há «oito ou nove meses», Jaime Silva adiantou que, além do alargamento das medidas de restrição a todo o território, o Governo duplicou o número de análises realizadas.

O ministro salientou que das análises realizadas num raio de 20 quilómetros ao longo da fronteira nenhuma deu resultado positivo.

Além do abate dos pinheiros num raio de 50 quilómetros da zona onde a doença é detectada (madeira que é depois aproveitada para produção de peletes), o Governo proibiu, por imposição da Comissão Europeia, a exportação de madeira bruta não certificada.
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