Matemática: PS acusa Governo de fazer revisão «a mata-cavalos» - TVI

Matemática: PS acusa Governo de fazer revisão «a mata-cavalos»

Nuno Crato (LUSA)

Programa diz respeito ao ensino básico

O PS acusou esta quarta-feira o Governo de fazer uma revisão «a mata-cavalos» do programa de Matemática para o ensino básico, sem justificar os seus fundamentos e sem permitir uma discussão alargada das alterações.

Um despacho do ministro da Educação, Nuno Crato, publicado na terça-feira em Diário da República, revogou, com efeitos práticos a partir do próximo ano letivo, o programa de Matemática para o ensino básico.

O novo programa entra em discussão pública na próxima semana e a sua aplicação acompanhará o calendário estabelecido para as metas curriculares. O atual programa de Matemática, em vigor desde 2007, será «um documento de referência auxiliar, de acordo com normas de transição a serem concretizadas».

Numa reação à agência Lusa, a deputada do PS Odete João afirmou que a revisão do programa de Matemática «está a ser feita à pressa» e com um prazo que «não permite o aprofundamento do processo de participação e o envolvimento sério dos principais interessados».

Segundo a parlamentar, «não se conhecem estudos, avaliações» do atual programa, «nem tão pouco os fundamentos que o Governo apresenta para fazer a revisão 'a mata-cavalos'».

Odete João considerou que «não existe clima para se discutir, de forma aprofundada, todas as alterações», sobretudo numa altura em que, disse, as escolas «estão assoberbadas com trabalho», a preparar os exames do fim do ano letivo.

A deputada criticou o ministro da Educação, Nuno Crato, por ter assegurado, anteriormente, que «as metas curriculares se aplicavam aos programas que estavam em vigor».

De acordo com o Ministério, as metas curriculares identificam os conhecimentos a adquirir e as capacidades que se querem ver desenvolvidas em cada área disciplinar e ano de escolaridade e ganham um caráter obrigatório no próximo ano letivo.

O despacho publicado na terça-feira refere que o atual programa de Matemática é «demasiado rígido nas indicações metodológicas que prescreve para os professores», que resultam «frequentemente de fundamentação puramente ideológica» e que «retiram liberdade aos professores».
Continue a ler esta notícia