Marcelo Rebelo de Sousa: “Quando perdemos a inovação, perdemos o papel que tínhamos no mundo” - TVI

Marcelo Rebelo de Sousa: “Quando perdemos a inovação, perdemos o papel que tínhamos no mundo”

  • João Guerreiro Rodrigues
  • JGR
  • 29 mar 2021, 12:11
Marcelo e Costa na entrega dos prémios IN3+

O chefe de Estado acredita que o país já dá sinais de ser "diferente" e de voltar a apostar em inovação

O Presidente da República considerou, esta segunda-feira, na entrega dos prémios de inovação IN3+, que o país deve continuar a investir na inovação e no conhecimento e lembrou os tempos em que Portugal liderou o mundo devido à inovação das técnicas de navegação.

A nossa história é a história de que fomos grandes quando tivemos inovação. Não é por acaso que o período das navegações foi um período em que lideramos uma parte do mundo com os nossos parceiros. Quando perdemos a inovação, perdemos o papel que tínhamos no mundo”, relembrou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que as sociedades “mais avançadas” são aquelas que apostam na inovação e no conhecimento.

Podem não ter riquezas naturais e, no entanto, lideram pelo conhecimento”, referiu.

Para o chefe de Estado, a atribuição deste prémio é um sinal de que “Portugal já está a mudar” e, neste momento, já “está diferente” e começa a inovar. Para o Presidente da República, este prémio é indicador de que o país está no bom sentido e deixa para que as empresas sigam este caminho e invistam mais na inovação.

Relativamente à Imprensa Nacional-Casa da Moeda, o Presidente da República falou num "passado notável", embora concordando com a observação do primeiro-ministro de que também houve resistência à mudança nesta instituição.

Em boa hora o senhor primeiro-ministro teve aí um papel fundamental, permitiu um salto tecnológico que não parecia fácil de dar", elogiou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, houve nesta instituição "uma tensão entre a inércia e a inovação", com "séculos de inércia" e "séculos de progresso".

Partindo desta ideia, o Presidente da República defendeu que Portugal foi grande quando a inovação venceu a inércia e que as sociedades mais avançadas, "as vencedoras", são as que "lideram pelo conhecimento".

O prémio de inovação IN3+, iniciativa da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) que distingue com um milhão de euros três soluções inovadoras, foi entregue esta segunda-feira a projetos nas áreas da inteligência artificial, nanotecnologia e comunicação digital.

A terceira edição distingue os projetos AICeBlock, da associação Fraunhofer Portugal, HIGHLIGHT, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e IDINA, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - Tecnologia e Ciência (Inesc-Tec).

As equipas premiadas vão desenvolver os projetos em conjunto com a equipa do INCMLab, laboratório da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, para "aplicar as suas soluções à escala real e, assim, contribuir para a inovação na oferta de produtos e serviços que chegarão a todos e à sociedade", refere uma nota da INCM.

O projeto AICeBlock, coordenado pelo investigador André Carreiro, da Fraunhofer Portugal, pretende criar uma plataforma, sustentada na tecnologia de registo de dados distribuído 'blockchain', que "permita fomentar a confiança em aplicações de base em inteligência artificial através da sua certificação", tornando possível "interpretar, rastear e auditar as previsões dos modelos 'inteligentes' usados em áreas como a condução autónoma ou diagnóstico por computador".

Recorrendo à nanotecnologia, o HIGHLIGHT, do laboratório de nanofotónica de Manuel J. Mendes da UNL, propõe desenvolver "uma tinta que permite manipular a luz, dando a possibilidade única de variação ótica visível ou invisível ao olho humano".

Esta tinta poderá ser aplicada em todo o tipo de documentos e selos de segurança e "ser muito útil ao mercado de anticontrafação", realça a mesma nota da INCM.

O IDINA, apresentado pelo investigador do Inesc-Tec João Marco Silva, "pretende solucionar os problemas de identificação por falta de sistemas centrais que o façam".

De acordo com a INCM, trata-se de "uma ferramenta que poderá ter grande utilidade em zonas remotas de alguns países, que não têm as infraestruturas que permitam a creditação dos seus cidadãos, dando a autoridade necessária a instituições credíveis, como escolas, instituições de saúde e autoridades locais, para atestar o nascimento" ou processos como a vacinação ou o ingresso no ensino.

O prémio de inovação IN3+ visa "apoiar a geração de novas ideias nacionais e internacionais" e destina-se a "todos os investigadores, empreendedores, centros de investigação, universidades, empresas ou 'startups' que fazem parte da Rede Inovação INCM".

O montante total do prémio é distribuído de forma diferente pelos distinguidos, consoante fiquem em primeiro lugar (até 600.000 euros), segundo (até 250.000 euros) e terceiro lugar (até 150.000 euros), o que se ficará a saber esta segunda-feira na cerimónia de entrega, que poderá ser acompanhada por videoconferência.

 

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