Está preparado para votar no partido pirata? - TVI

Está preparado para votar no partido pirata?

Partido pelos Animais

Seguindo o exemplos de outros países, novos partidos em Portugal vão surgindo para defender interesses específicos.

O Partido pelos Animais (PPA) e do Partido Pirata Português (PPP) são dois movimentos políticos alternativos que querem chegar ao Parlamento. Inspirados em partidos alternativos estrangeiros, estas novas formações políticas dizem que merecem ser ouvidos na AR para «conseguirem alterar» a legislação.

Paulo Borges, um dos coordenadores do PPA, explicou ao tvi24.pt que o partido nasceu através de várias petições pelos animais. «Houve várias pessoas que se conheceram por terem sido os primeiros subscritores de varias petições pelos animais», afirma, referindo-se aos colegas António Santos, Pedro Oliveira e Fernando Leite.

O PPA português tem como inspiração o holandês. «Se é possível num país como a Holanda será possível em Portugal. Estamos a aprender com eles» avança Paulo Borges, acrescentando que «em breve irá uma coligação do partido português à Holanda para ver como as coisas se processam».

Por sua vez, o PPP explica que «a ideia surgiu a um dos actuais responsáveis que em meados de 2007, que ao procurar as notícias diárias encontrou uma sobre a oficialização do Partido Pirata Espanhol».

Através do exemplo espanhol, e após a tentativa de reactivação de um fórum, surge «em 2009 já na faculdade, após algumas conversas com colegas, e com a colaboração dos mesmos, (...) um novo movimento que visa a criação do partido». O PPP encontra-se em fase de «criação de grupos de trabalho do movimento e consequentemente a eleição de alguns representantes».

Contribuir para uma sociedade mais justa

Com objectivos parecidos, os dois partidos lutam por uma sociedade mais justa. O PPA afirma que quer «contribuir para uma sociedade mais justa e mais preocupada com o meio ambiente e com os animais», depois de terem chegado «à conclusão que não chegava o trabalho feito pelas associações civis e que é necessário uma associação politica para defender os direitos animais e ambientais».

Por seu lado, o PPP refere que «a medida passa obviamente pela legalização da pirataria», visto considerarem que «cada vez mais o comum cidadão é ignorado pelos seus representantes» e que «o direito a ser ouvido está a desaparecer».

Paulo Borges refere que o PPA «tem como questão fundamental a vida animal e a questão ambiental, tendo por base motivos éticos e ambientais».

O PPA pretende que o Código Penal português reconheça os animais com um ser vivo e não como um objecto. «Matar um cão ou partir uma cadeira é a mesma coisa e é preciso alterar a legislação nesse ponto», diz o coordenador, acrescentando que «a legislação portuguesa está bastante atrasada e isso contrasta com a sensibilidade popular existente no país», lembra.

«Segundo o Código Penal português um animal é um objecto. Não é reconhecido como ser vivo. Não se lhe conhece o direito de não sofrer despropositadamente», explica, dizendo que tem de «ter em conta que o homem ao agredir a natureza está-se a agredir a si próprio».

Objectivo: modificar legislação

O PPP, cujo «grande objectivo é modificar a legislação vigente sobre a propriedade intelectual que não corresponde mais à realidade actual, estando desligada da evolução tecnológica e das novas tendências da sociedade», pretende «defender as nossas causas junto dos restantes partidos e dos órgãos de soberania que nos regem».

«Se não formos ouvidos teremos de ser nós a legislar este assunto, pedindo aos portugueses que acreditam ser necessário esta mudança que nos escolham como seus representantes», avança o partido.

As medidas do PPP passam pela «legalização da pirataria», considerando como «verdadeiro problema» a criminalização de «toda uma geração em nome do lucro de uns poucos».

«A partilha não deve ser mais vista como um problema mas sim como algo benéfico para a cultura e para a sociedade em geral, pois é isso que ela é», relembra o partido.

Para que estes dois partidos consigam um lugar no parlamento e dar voz às suas «causas» falta apenas criar uma «maior base de apoio».
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