Alegre invoca apoios para dizer que une, Nobre diz que une sem apoios - TVI

Alegre invoca apoios para dizer que une, Nobre diz que une sem apoios

Candidatos presidenciais debateram esta quarta-feira à noite na TVI

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Manuel Alegre e Fernando Nobre debateram esta noite na TVI. Os candidatos presidenciais apresentaram-se como catalisadores de união numa altura de crise. O primeiro lembrou a capacidade de conciliar em torno da sua sua candidatura partidos tão «inconciliáveis» como PS e BE. O segundo sublinhou ter-se apresentado na corrida a Belém desde a cidadania, distanciado de qualquer formação política.

«Acho que até é bom ser apoiado por dois partidos. Consegui unir aquilo que parecia ser impossível de unir», disse Manuel Alegre, afirmando que, se foi capaz de dirimir diferenças entre socialistas de bloquistas, também poderá «unir os portugueses».

Manuel Alegre, que nas últimas eleições se candidatou sem apoios partidários, negou que o facto de ter atrás de si duas formações políticas isso não o condiciona. «Não tenho um pé no Governo e outro na oposição».

Fernando Nobre, por sua vez, invocou o seu percurso pessoal, no âmbito da «cidadania», para atirar contra Alegre. «Não estou a invocar a cidadania por oportunismo de conjuntura ou de circunstância», salientou, acusando o seu opositor de incoerência, pela forma como concorreu há cinco anos e concorre agora. O médico censurou ainda um «insulto» sobre a sua candidatura «desde a primeira hora», referindo-se às referências que foram feitas na altura a uma eventual ligação de Mário Soares a esta.

Alegre respondeu. «Não gosto de pessoas que se apresentam com pretensa superioridade moral sobre os outros». «Ninguém tem monopólio da cidadania», anotou. E atirou outra farpa a Nobre: «Por um lado não é dos partidos, por outro lado parece que é mais do PS do que os próprios dirigentes do PS».

Questionado sobre se poderá recolher o apoio de Mário Soares - adversário nas últimas presidenciais -, Alegre disse apenas: «Ele tomará a posição que entender».



Já Nobre, perante que a pergunta sobre se apoiará Alegre contra Cavaco se este cenário hipotético se concretizar numa segunda volta, não quis responder mais do que isto: que «o voto é livre e secreto» e que «cada um fará o que entender».

Depois, passou novamente ao ataque, lembrando que os «34 anos» de deputado do candidato concorrente, e sua ligação a um «regime» a que atribui a responsabilidade pela situação em que o país se encontra.

Alegre ripostou com uma afirmação de «muito orgulho» em «ser um dos fundadores do sistema democrático». Admitiu que tem a sua «mais responsabilidade do que um simples cidadão», pelas funções que ocupou, mas recordou que a culpa «é de todos». E apontou a Nobre que também ele «entrou no sistema»: «É candidato. É político».

O candidato apoiado pelo PS e pelo BE avisou ainda que o discurso de Nobre «tem riscos». «É muito perigoso fazer o discurso anti-político e o discurso do homem providencial. Porque já sabemos como é que isso começa e como é que pode acabar».



Nobre recusou qualquer demagogia ou populismo em apontar os problemas do país. «O que é perigoso para a democracia é termos chegado à situação a que chegamos».
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