«E agora?» José Sócrates reconhece que esta não é uma pergunta fácil, dada a atual crise em que o país está mergulhado, e aponta como solução o fim da austeridade, que apelida de buraco, e aponta o crescimento económico como caminho a seguir.
«Em primeiro lugar, é preciso parar com austeridade. É um erro económico e politico, esta senda de austeridade», defendeu. «O Governo meteu-se num buraco e acha que o que deve fazer para sair do buraco é continuar a escavar. Se eu posso dizer o que penso é: parem de escavar! Parem com mais austeridade».
Questionado sobre a possibilidade do fim da austeridade significar o não cumprimento das metas do défice impostas pela troika, o ex-primeiro-ministro respondeu: «Se não conseguimos cumprir o défice, não é com mais austeridade que o vamos fazer, paremos com esta loucura. Nestes dois anos já se mostrou que esta solução não resulta», afirmou.
«Se continuarmos a cavar, não cumprimos», insistiu.
O ex.primeiro-ministro deixou ainda o que considera que deve ser um governante. «Quando eu falava de confiança, quando eu falava de investimento nas renováveis, de investimento nas tecnologias, diziam que estava a vender ilusões, pois eu digo, uma coisa, um politico que desiste da confiança, que desiste do futuro é um governante que não está à altura das suas responsabilidades».
«Um dos problemas deste Governo é ter matada qualquer expetativa. Eu percebo que quando chegou não quisesse ter as mesmas prioridades do Governo anterior», disse, lembrando que o Governo tem esse direito, mas ao mesmo tempo deve «dizer do que gosta».
«Não há país que possa ser governado, sem uma esperança, sem vontade, sem ambição. O dever da política, dos governantes, é traçarem um rumo», defende.
Austeridade: Sócrates pede para pararem de «escavar»
- Cláudia Costa
- Filipe Caetano
- 27 mar 2013, 22:57
Ex-primeiro-ministro diz que não é com austeridade que Portugal vai cumprir o défice
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