Como olham os portugueses para as sondagens? - TVI

Como olham os portugueses para as sondagens?

Eleições presidenciais - GREGÓRIO CUNHA/LUSA

Sondagens não devem ser encaradas como uma «verdade absoluta e definitiva» nem como uma «fraude» ou «manipulação», diz investigador

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Os portugueses devem ter uma atitude mais crítica e activa em relação às sondagens e abandonar a ideia de que estes estudos transmitem «verdades absolutas e definitivas» ou que não passam de uma «fraude», defende o investigador Pedro Magalhães.

Ao longo do ensaio «Sondagens, Eleições e Opinião Pública», da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que é esta quarta-feira à tarde apresentado, o investigador Pedro Magalhães procura tornar os consumidores «mais críticos e ativos» em relação à informação que uma sondagem fornece.

«Há uma fé excessiva e cega na ideia de que as sondagens dão uma verdade absoluta e definitiva e uma convicção de que as sondagens não passam de uma fraude e de uma manipulação. [...] Ambas as reações são deslocadas e um consumidor informado pode ter uma visão mais crítica», afirmou o autor da obra, em declarações à agência Lusa.

Para o especialista, estas duas «facetas» de reação às sondagens mostram que «o discurso prevalecente em Portugal é o discurso demasiado político sobre o resultado» das sondagens.

«Há muito mais que se pode aprender, dizer e debater sobre as sondagens do que esse registo tão limitativo».

Num livro que descreve como um «guia de viagem pelo mundo da sondagens» e também um «manual de auto-defesa», o investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa lança em cada capítulo um conjunto de perguntas para alertar o consumidor para variáveis como a dimensão da amostra, como se escolhem as pessoas, a taxa de resposta, o resultado bruto ou se o inquérito foi realizado por telefone ou presencialmente.

«Diferentes empresas tomam diferentes opções e tudo isso tem consequências. Se as pessoas estiverem um pouco cientes desses detalhes e das opções tomadas também podem olhar para os resultados e encará-los de uma forma mais céptica», acrescentou.
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