Sírios: não houve «reação oficial do Governo» português - TVI

Sírios: não houve «reação oficial do Governo» português

Guiné-Bissau (arquivo Reuters)

Presidente da comissão de Negócios Estrangeiros pede esclarecimentos ao Governo sobre o que aconteceu em Guiné-Bissau

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O presidente da comissão de Negócios Estrangeiros escreveu hoje ao ministro da tutela pedindo esclarecimentos sobre a «resposta» dada à «invasão» de um avião português por forças guineenses, afirmando que não houve «reação oficial do Governo» português.

O presidente da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, Sérgio Sousa Pinto (PS), escreveu que «a invasão de uma aeronave nacional por forças armadas ou policiais guineenses, bem como as insatisfatórias explicações fornecidas pelas autoridades da Guiné-Bissau, reclamam uma resposta firme que salvaguarde os interesses e preserve a credibilidade externa do Estado português».

Na missiva dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, o presidente da comissão parlamentar afirma que não foi ainda conhecida a «reação oficial do Governo de Portugal aos graves incidentes».

Sérgio Sousa Pinto pede o «necessário esclarecimento» à comissão parlamentar por parte de Rui Machete, «nos termos que tiver por convenientes».

O presidente da comissão de Negócios Estrangeiros quer que o ministro esclareça os deputados sobre as «ações que o Governo de Portugal pretende adotar, ou já adotou, com vista a que seja restaurada a confiança nas instituições da Guiné-Bissau, garantida a segurança dos nacionais portugueses em trânsito no seu território, defendidos os interesses e preservada a dignidade do Estado português».

A carta, assim como a resposta que obtenha, serão remetidas à presidente da Assembleia da República e aos grupos parlamentares.

Na quarta-feira, a TAP anunciou a suspensão da operação para Bissau «perante a grave quebra de segurança ocorrida» no embarque de um voo para Lisboa na terça-feira, que implicou o transporte de 74 passageiros com passaportes falsos.

A companhia aérea acrescentou, na altura, que a rota Lisboa/Bissau/Lisboa estaria «suspensa até uma completa avaliação das condições de segurança no aeroporto» da capital da Guiné-Bissau.

Um grupo de 74 passageiros (21 crianças, 15 mulheres e 38 homens), supostamente sírios, proveniente de um voo da Guiné-Bissau foi, na terça-feira, retido no aeroporto de Lisboa, por uso de passaportes falsificados da Turquia.

Os 74 imigrantes ilegais pediram asilo a Portugal e foi-lhes concedido um visto especial de entrada no país por razões humanitárias, aguardando a conclusão do processo em centros de acolhimento fornecidos pela Segurança Social.

O governo de transição da Guiné-Bissau anunciou entretanto que vai abrir um processo de averiguações, tendo sido pedidos relatórios aos ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros.

O Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Abdu Mané, classificou hoje como um «acontecimento vergonhoso» para o país o incidente com as autoridades portuguesas sobre a viagem num voo da TAP de 74 passageiros com passaportes falsos.
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