Cavaco preocupado com crescimento extrema-direita na UE - TVI

Cavaco preocupado com crescimento extrema-direita na UE

Cavaco Silva

Presidente salienta que situação deve levar os líderes europeus a refletir

Relacionados
O Presidente da República reconheceu esta segunda-feira que é «uma preocupação grande» o crescimento da extrema-direita e dos eurocéticos na Grécia e considerou que nada mais resta do que esperar para ver que Governo sairá das eleições de domingo, noticia a Lusa.

«Nós devemos neste momento esperar, não há outra coisa a fazer, porque os resultados eleitorais foram de tal forma dispersos que ainda não se vê muito bem o tipo de Governo que vai emergir», afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em Lisboa.

Admitindo que a Grécia é um caso muito mais complexo do que a situação francesa, onde no domingo também se realizaram eleições, Cavaco Silva insistiu na necessidade de aguardar pela formação do Governo, de conhecer o seu programa e de esperar pelas reações da comunidade internacional a esse mesmo executivo e ao seu programa.

«Não há outra coisa a fazer a não ser esperar», frisou.

Interrogado sobre o crescimento da extrema-direita, o Presidente da República disse ser «uma preocupação grande, não apenas na Grécia como noutros países», tal como o crescimento dos movimentos eurocéticos.

«Isso deve levar os líderes europeus todos a pensarem sobre aquilo que é necessário fazer para que os europeus acreditem na mais-valia da construção europeia», disse, reconhecendo que o crescimento destes grupos na Europa «dá que pensar».

Interrogado se interpreta o crescimento da extrema-direita como um sinal de que esta Europa não está a dar confiança aos europeus, o chefe de Estado admitiu que tendo em conta os resultados eleitorais que têm surgido em vários países, parece que a Europa não está de facto a transmitir confiança.

A este propósito, Cavaco Silva citou o caso da Holanda, onde a queda do Governo foi também provocada por «uma questão de equilíbrio ou de não equilíbrio entre a vertente da disciplina orçamental e a vertente do crescimento económico».

Nas eleições de domingo, os dois partidos que formam o atual Governo de coligação da Grécia, o Pasok (socialista) e a Nova Democracia (direita), perderam a maioria no parlamento ao garantirem apenas 149 dos 300 lugares, quando estão contabilizados 99 por cento dos votos.

Segundo os dados do Ministério do Interior grego relativos às legislativas antecipadas, os dois partidos - a Nova Democracia, com 18,8 por cento dos votos (108 lugares no parlamento) e o Pasok, com 13,2 por cento dos votos (41 lugares) - não poderão formar um Governo de coligação sem o apoio de um terceiro partido.
Continue a ler esta notícia

Relacionados