PCP já esperava que PS deixasse cair regionalização - TVI

PCP já esperava que PS deixasse cair regionalização

Debate quinzenal [INACIO ROSA / LUSA]

Jerónimo de Sousa diz que nem o PS nem o PSD pretendiam avançar com o processo na actual legislatura

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou este domingo que o adiamento da regionalização era uma decisão esperada, porque nem o PS nem o PSD pretendiam avançar com o processo na actual legislatura, noticia a Lusa.

«Há muito tempo que tanto PS como PSD muitas vezes punham (...) lebres de corrida a falar de regionalização, quando, um e outro, já tinham decidido que, nesta legislatura, não existiria nenhum processo de regionalização», disse Jerónimo de Sousa.

«Agora, a perspectiva é distender esse prazo, esse tempo, impedindo assim a concretização daquilo que é constitucional, de um referendo sobre a regionalização», acrescentou.

O líder comunista, que falava aos jornalistas em Grândola, no final dos trabalhos do 14.º Encontro Nacional de Quadros do Alentejo, reagiu desta forma ao anúncio público de que a moção de estratégia do secretário-geral do PS, José Sócrates, ao congresso de Abril, parte do pressuposto que não estão reunidas condições para um referendo na actual legislatura.

Para Jerónimo de Sousa, trata-se de uma posição que penaliza algumas regiões do País, onde é necessário definir um novo quadro administrativo.

«As populações de certas regiões precisam de uma definição em termos de tratamento administrativo e creio que a regionalização - num quadro de dificuldades tremendas como acontece no Alentejo e no Algarve - poderia ser um contributo para o desenvolvimento regional», defendeu.

Privatização de capital da TAP

Questionado pelos jornalistas sobre a privatização de mais uma parte do capital social da TAP, de 39 para 49 por cento, Jerónimo de Sousa considerou-a um «atentado» contra os interesses nacionais.

«Pensamos que é um atentado, é mais um golpe na nossa soberania nacional, é mais um golpe no aparelho produtivo, na produção nacional», disse.

«Infelizmente este Governo do PS, que está sempre a dizer que o PSD é neo-liberal, que quer privatizar, que quer despedir sem justa causa, não terá com certeza o ritmo de Pedro Passos Coelho, mas acaba por acertar o passo», acrescentou.

Quanto aos documentos da WikiLeaks divulgados na última edição do Jornal «Expresso», designadamente um relatório do embaixador americano em Portugal, em 2009, que faz duras críticas a negócios do Ministério da Defesa, Jerónimo de Sousa escusou-se a fazer comentários, dizendo apenas que se trata de um «desabafo interesseiro por parte do representante dos Estados Unidos».
Continue a ler esta notícia