Sampaio pede «compromissos mínimos» aos partidos

O alto representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio, apelou aos partidos e outros agentes políticos portugueses a estabelecerem «compromissos mínimos» entre si para melhor resolverem os actuais problemas do país.

«Sentimos que, depois destes dias, temos de ter a noção de que, ou fazemos os mínimos compromissos para podermos atacar a questão das contas públicas», ou será mais difícil ultrapassar a «actual situação» de crise, disse o antigo Presidente da República.

Na sua opinião, «a actual situação necessita de alguns compromissos mínimos», mas sem «evitar as decisões que têm de ser tomadas», designadamente quanto a uma eventual realização de eleições antecipadas.

«Apelo àqueles que são mais intervenientes no processo político português que não estejam sempre a fazer cálculos em matéria do que está para vir, em matéria, por exemplo, de eventuais dissoluções» da Assembleia da República, disse.

«Estamos a ser profundamente observados», advertiu Jorge Sampaio, defendendo «uma base política e social de sustentação para esse compromisso mínimo», que considerou «absolutamente indispensável».

Jorge Sampaio intervinha no auditório do Campus do Conhecimento e da Cidadania da Fundação Bissaya Barreto (FBB), em Coimbra, na cerimónia de entrega do Prémio Nuno Viegas do Nascimento (antigo presidente da FBB, já falecido) à Comunidade Vida e Paz, na pessoa do seu presidente, Jorge Santos.