Secretas: relatório esconde «conluios de poder» e «maçonaria» - TVI

Secretas: relatório esconde «conluios de poder» e «maçonaria»

Proposta do PSD apaga algumas expressões inicialmente propostas por deputada na sequência das audições à porta fechada

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O PSD já enviou para a 1ª comissão parlamentar o esboço de relatório sobre as audições relativas aos serviços secretos. Segundo o jornal «Público», este texto apresenta mudanças em relação a um texto preliminar elaborado pela deputada Teresa Leal Coelho, que apontava o que foi dito aos deputados nas audições à porta fechada.

De fora ficaram expressões como «conluios de poder» ou «maçonaria», constantes na versão inicial assinada a 28 de Outubro de 2011. Ainda segundo o mesmo jornal, que diz ter tido acesso ao documento, pode ler-se que os «incidentes verificados nos últimos meses» (notícias sobre fugas de informações para a empresa Ongoing e o acesso ilícito aos registos telefónicos do jornalista Nuno Simas), «sugerem indícios e lançam suspeitas de ligações» de Jorge Silva Carvalho [ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa] a «conluios de poder», «pretensamente com a ambição de ocupar cargos dirigentes, incluindo nos Serviços de Informações».

Silva Carvalho teria apresentado «indícios e suspeitas do envolvimento com grupos de pressão pretensamente instalados na sociedade portuguesa, nomeadamente a ramos da Maçonaria».

O documento agora apresentado pelo PSD afasta estas expressões, mas mantém que se impõe «garantir que os Serviços de Informações, através de titulares de cargos de Direcção ou de operacionais, não sejam passíveis de instrumentalização por entidades públicas ou privadas.»

Também o «Diário de Notícias» diz ter acedido ao documento e refere que, no entender do PSD, não ficou demonstrado que a obtenção dos contactos telefónicos do jornalista do «Público» tenha sido feita para descobrir as fontes do repórter.

As críticas serão centradas em Jorge Silva Carvalho, pelo facto de ter mantido, mesmo depois de deixar o cargo, contactos com um funcionário em funções nos serviços secretos para obter informação indevida e fazer uso indevido dessa informação. O jornal refere, ainda, que o PSD entendeu que os serviços secretos são «vulneráveis a ciclos eleitorais».

O PCP e o Bloco de Esquerda também apresentaram projectos de conclusões finais, muito críticos para com Júlio Pereira (secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa) por não terem sido desencadeadas sanções disciplinares sobre os funcionários do Serviço de Informações Estratégicos de Defesa envolvidos no caso «lista de compras», escreve ainda o DN.

O texto terá de ser discutido na Comissão de Assuntos Constitucionais, sendo que PSD, PCP e BE, bem como o CDS e o PS, tentarão encontrar um texto de consenso.
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