Maçonaria contra revisão constitucional do PSD

O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) considera que não existem motivos para alterar a Constituição e que a proposta do PSD é uma forma da nova direcção do partido se afirmar na sociedade portuguesa.

Em entrevista à Lusa, a propósito do centenário da implantação da República portuguesa, António Reis disse que, «neste momento, não há necessidade nenhuma de voltar a mexer na constituição».

António Reis ressalvou, contudo, que «as constituições não podem ficar estagnadas no tempo», exemplificando com as mudanças ocorridas logo na Constituição de 1911 que foi «revista várias vezes».

«A própria Constituição de 1933 foi revista várias vezes» e a de 1976 também sofreu alterações.

Sobre a proposta do PSD, António Reis considera que a mesma tem «motivos políticos».

«Esta tentativa faz-se mais por motivos políticos - por um lado internos, por outro para afirmar melhor a nova direcção do PSD na sociedade portuguesa - do que propriamente por razões substanciais».

António Reis considera, no entanto, que a proposta «não terá pés para andar e que não irá reunir os dois terços necessários para a sua aprovação». «É um tiro de pólvora seca», afirmou.

Sobre algumas das propostas de alteração da Constituição, ao nível da saúde e da educação, António Reis manifesta alguns receios: «Vêm contra os valores de igualdade social que sempre defendemos e, por isso, estaremos contra qualquer tentativa que vá no sentido de aligeirar responsabilidades sociais do estado».