BE acusa Portas de «falácia»

O deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, considerou esta segunda-feira as declarações de Paulo Portas uma «falácia», acusando-o de na campanha eleitoral pelo distrito de Aveiro ter defendido a redução da Taxa Social Única (TSU).

«O CDS que ontem dizia estar em desacordo com a TSU e o seu agravamento para os trabalhadores é o mesmo CDS que há um ano e dois meses tinha a redução da TSU no seu programa eleitoral como a grande medida para o relançamento da economia. Paulo Portas andou pelo distrito de Aveiro a defender a redução da TSU, o que demonstra que é um político com pés de barro porque se esquece do que andou aqui a dizer há um ano» declarou Pedro Filipe Soares, tal como Portas, eleito por Aveiro.

O deputado Bloquista sublinha ser do CDS o ministro da Segurança Social com quem a medida da Taxa Social Única tem vindo a ser preparada pelo Governo e que «é secretário de Estado do CDS, Paulo Núncio, o responsável por este perdão fiscal aos milionários que tinham dinheiro no exterior», pelo que «o CDS está no Governo a promover estas desigualdade» com as suas medidas.

Falando aos jornalistas frente à antiga dependência do BPN, hoje do banco BIC, Filipe acusou o Governo de «proteger todas as isaltinices e loureirices» ao conceder um novo perdão fiscal.

«O Governo promoveu recentemente uma amnistia fiscal, permitindo aos milionários que fugiram ao fisco e puseram o seu dinheiro no exterior, que agora regressassem pagando uma mera taxa de sete e meio por cento. Há um perdão das responsabilidades fiscais que ridiculariza os cumpridores e se pagassem o que deviam havia um encaixe superior aos cortes na função pública», criticou.

Para o deputado do BE, «é por esta falta de palavra e por essas desigualdades que as pessoas estão descontentes, como se viu nas manifestações de sábado», deixando um repto aos restantes deputados do distrito de Aveiro dos outros partidos: «se estão realmente contra estas medidas e acham que o agravamento fiscal sobre os trabalhadores não é a saída para a crise têm de votar contra o Orçamento de Estado».

Pedro Filipe Soares disse ainda esperar a clarificação da posição do Presidente da República no próximo Conselho de Estado: «O Presidente da República tem de tomar uma posição sobre o Orçamento de Estado e não pode vir dizer depois das portas arrombadas que ficou preocupado com o assalto à casa, como fez no pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional, em que depois de ele decidir veio dizer que já achava que era um dos problemas do Orçamento de Estado».