Quer mandar a troika se «lixar»? Saiba onde fazê-lo este sábado

«A cultura é imprescindível para a consciência de um povo» e os «profissionais da cultura não são exceção à situação exasperante em que o país e o mundo se encontram». É assim que o movimento «Que se lixe a troika», que organizou a manifestação de 15 de setembro, com cerca de 500 mil pessoas em Lisboa, prepara novo protesto para o próximo sábado, desta feita uma «manifestação cultural».

«Cultura é Resistência! Que se lixe a Troika! Queremos as nossas Vidas!», reclama o movimento, no Facebook, prometendo um «dia cheio de eventos, de música, dança, teatro, poesia, pintura e todas as formas de arte que materializem o espírito de insubmissão que se sente em todo o país».

O encontro está marcado para as 17h00 na Praça de Espanha, em Lisboa. Nomes como Deolinda, Carlos Mendes, Naifa, Toca a Rufar, Peste e Sida, Camané, Dead Combo, Janita Salomé, Coro «Acordai», Manuel João Vieira são alguns dos 39 já confirmados.

«Somos mais gente fixe, a dizer a esta troika que se lixe» é o refrão da música da autoria de Carlos Mendes e que servirá de banda sonora à manifestação.

Mas quem não sabe cantar também pode participar. O movimento insere-se na iniciativa internacional «Global Noise» - tachos, panelas e todos os utensílios que façam barulho são chamados para a concentração marcada em 16 cidades do país. Em Lisboa será na Praça de Espanha, no Porto acontecerá na Praça D.João I, Setúbal no Largo do Quebedo e ainda em Aveiro, Barcelos, Barreiro, Braga, Bragança, Caldas da Rainha, Castelo Branco, Faro, Loulé, Portimão, Santarém, Viseu e Portalegre.

O «Global Noise» está agendado para acontecer, em simultâneo, em 200 cidades de 25 países, de Berlim a Tóquio, cidade onde, na sexta-feira e sábado, vai decorrer a reunião do FMI.

Mas as manifestações não se ficam por aqui. A CGTP, que tem caminhado pelo país numa marcha contra o desemprego, tem agendado um protesto para esta tarde de sábado, em Lisboa. Os manifestantes vindos do Cais do Sodré ou da Alameda, a partir das 15h30, vão culminar à Assembleia da República para ouvir o discurso do secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos.

Um dia depois, na segunda-feira que o Governo deverá apresentar o Orçamento do Estado para 2013, que incluirá, pelas palavras do ministro das Finanças, um «enorme aumento de impostos», São Bento deverá ficar cercado por milhares de pessoas indignadas. Para já, no Facebook, estão confirmadas 3.052 pessoas.

«Se o povo quiser, o povo decide, por isso vamos para a rua a 15 de Outubro dizer de forma clara e definitiva que recusamos o retrocesso social imposto, que este não é o caminho e que queremos uma vida digna», reclama o movimento «Cerco a São Bento! Este não é o nosso orçamento». Os protestos estão marcados para as 18h00 do dia 15. O Movimento Sem Emprego e a Plataforma 15 de Outubro são alguns dos promotores da concentração.

Os protestos só param, para já, dia 16, terça-feira. Dia em que a seleção nacional jogará com a Irlanda do Norte, no Estádio do Dragão, momento que o movimento Artigo 21º quer que seja aproveitado para que, aos 20 minutos e 12 segundos de jogo (20:12=2012, o corrente ano), se entoe, «a uma só voz, o Grândola Vila Morena, canto e senha que nos uniu em lutas passadas».

O apelo corre o Facebook e conta, até ao momento, com 86 pessoas confirmadas.

Apesar de não haver mais datas confirmadas, as apostas recaem para o dia 31 de outubro, quando os deputados votarão, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2013.